BRUXELAS (Reuters) - A polícia da Bélgica prendeu sete pessoas e a Alemanha outras duas em meio às investigações sobre os ataques realizados pelo Estado Islâmico em Bruxelas, enquanto autoridades da França disseram ter frustrado um complô de militantes em seu solo "que estava em um estágio avançado".
Homens-bomba do Estado Islâmico atingiram o aeroporto e uma estação de metrô de Bruxelas na terça-feira, matando pelo menos 31 pessoas e deixando cerca de 270 feridos no pior atentado do tipo na história da Bélgica.
Os investigadores acreditam que os ataques foram levados a cabo pela mesma célula do Estado Islâmico responsável pelos ataques com bombas e armas de fogo que deixou 130 mortos em Paris em novembro passado.
A procuradoria-geral belga afirmou que seis pessoas foram detidas durante buscas nos bairros de Schaerbeek, no norte de Bruxelas, e Jette, no oeste, assim como no centro da capital. A rede pública de televisão RTBF relatou que um sétimo homem foi preso no bairro de Forest no início desta sexta-feira.
A revista alemã Der Spiegel informou que a polícia da Alemanha prendeu duas pessoas. Uma havia recebido mensagens de telefone com o nome do homem-bomba da estação de metrô e a palavra "fin" – "fim" em francês – três minutos antes da explosão no metrô, disse a publicação. O Ministério do Interior alemão não quis comentar o assunto de imediato.
Também nesta sexta-feira, o jornal belga De Standaard afirmou que a polícia prendeu um homem que foi filmado por câmeras de segurança no terminal do aeroporto próximo dos dois homens que se explodiram no local. Os promotores não confirmaram a prisão, e não se sabe se o homem estava entre os sete detidos de quinta para sexta-feira.
O ataque em Bruxelas, que sedia a União Europeia e a Organização do Tratado do Atlântico Norte (Otan), fez crescerem os temores a respeito da segurança em todo o mundo e despertou dúvidas sobre a capacidade dos países do bloco para reagirem de maneira eficaz e coordenada à ameaça de militantes islâmicos.
O secretário de Estado dos Estados Unidos, John Kerry, chegou a Bruxelas nesta sexta-feira para oferecer assistência norte-americana. Autoridades dos EUA disseram que duas das vítimas de Bruxelas eram cidadãos de seu país. China e Grã-Bretanha afirmaram haver um cidadão de cada país entre os mortos.
Na quinta-feira em Paris, as autoridades prenderam um cidadão francês suspeito de pertencer a uma rede militante que planejava um ataque na França. Disseram, contudo, que não havia nenhuma evidência que ligava diretamente o plano aos ataques de Bruxelas e de Paris.
O ministro do Interior, Bernard Cazeneuve, disse em um discurso na TV que a prisão havia ajudado "a frustrar um complô na França que estava em um estágio avançado".
(Por Alastair Macdonald e Strupczewski)