Por Brian Thevenot e Erwin Seba
DALLAS (Reuters) - O veterano das Forças Armadas norte-americanas que matou a tiros cinco policiais da cidade de Dallas na semana passada planejava um ataque maior, disseram autoridades, revelando ainda como o agressor provocou os negociadores e que escreveu em uma parede com seu próprio sangue antes de ser morto.
As manifestações contra táticas da polícia dos Estados Unidos continuaram pelo terceiro dia seguido no domingo, e dezenas de pessoas foram presas em Baton Rouge, no Estado da Louisiana, depois que as autoridades alertaram que não tolerariam violência nos protestos de rua em reação à morte de dois negros, causada por policiais, na semana passada.
O chefe de polícia de Dallas, David Brown, disse ao canal CNN no domingo que Micah X. Johnson improvisou ao usar táticas "atire e se mova" para atingir policiais durante uma manifestação na quinta-feira, o dia mais violento para agentes da lei do país desde o 11 de Setembro.
Brown disse que uma busca na casa de Johnson mostrou que o franco-atirador havia praticado usando explosivos, e que outros indícios levaram a crer que ele queria utilizá-los contra agentes da lei.
"Estamos convencidos de que este suspeito tinha outros planos", disse. A morte a tiros de dois negros em Minnesota e Louisiana pelas mãos de policiais na semana passada levou o atirador negro de 25 anos do Texas a "adiantar" seu ataque, segundo Brown.
Johnson, veterano que serviu no Afeganistão, aproveitou uma passeata espontânea que começou perto do final de um protesto pelas mortes para lançar o ataque. Passando à frente da manifestação em um SUV Tahoe preto, ele parou quando viu a chance de usar um "local elevado" para atingir a polícia, contou Brown.
Johnson foi morto por um robô equipado com bomba, mas o chefe de polícia disse que antes disso ele cantou, riu dos policiais e os provocou e disse que queria "matar brancos" em retribuição pela morte de negros causada por policiais. "Ele parecia muito controlado e muito determinado a ferir outros policiais", afirmou.
Brown disse que a polícia foi pega de surpresa quando os manifestantes se separaram da manifestação de quinta-feira, e por isso ficou exposta quando correu para bloquear cruzamentos adiante dos manifestantes.
O treinamento militar de Johnson o ajudou a atirar e se movimentar rapidamente, "triangulando" seus disparos com tiros múltiplos para que a polícia a princípio imaginasse haver vários atiradores. Brown defendeu a decisão de usar um robô para matá-lo.
(Reportagem adicional de Ernest Scheyder, Jason Lange, David Bailey, Ruthy Munoz e Lisa Garza)