Por Peroshni Govender
PRETÓRIA (Reuters) - A polícia da África do Sul disparou granadas de efeito moral contra estudantes que acenderam fogueiras perto dos escritórios do presidente sul-africano, Jacob Zuma, depois de semanas de manifestações, nos primeiros sinais de demonstração de força da geração pós-apartheid dos "Nascidos Livres".
Os estudantes, que protestam contra o aumento das mensalidades nas universidades, atiraram pedras nos policiais que protegiam os Edifícios da União na véspera de um discurso de Zuma. Alguns forçaram um cordão de isolamento antes de serem repelidos pela tropa de choque, que também usou canhões de água para apagar as fogueiras.
O protesto marca uma semana de passeatas contra o aumento na educação universitária –cara demais para muitos negros– em meio à frustração com as desigualdades que persistem duas décadas após o fim do regime da maioria branca.
Mas o baixo crescimento desde a recessão de 2009 obrigou o governo a conter os gastos, o que significa que tem pouco dinheiro de sobra para oferecer aos alunos na forma de créditos educativos adicionais.
"Ele não está nos levando a sério, estamos aqui já faz algum tempo", disse um estudante a uma televisão.
Os alunos dançavam, cantando: "Nós, os estudantes, sonhamos com a educação gratuita. Não temos medo da polícia, nossa luta irá vencer".
Zuma irá se reunir com líderes estudantis e com administradores universitários, declarou a Presidência em um comunicado.