Por Laura Zuckerman
(Reuters) - Temperaturas crescentes que derretem o gelo marinho do Ártico provavelmente irão reduzir a população de ursos polares em um terço durante as próximas décadas, e a mesma tendência de aquecimento deve agravar o declínio de renas selvagens, disseram cientistas na segunda-feira.
As novas descobertas de pesquisadores de universidades e governos foram apresentadas como parte de um painel de discussões sobre impactos climáticos na vida selvagem durante encontro da União Geofísica Americana em San Francisco, nos EUA. A apresentação foi transmitida ao vivo pela internet.
A pesquisa sobre ursos polares foi feita a partir de novos dados de satélites que documentaram a perda de gelo marinho no Ártico, habitat principal do urso, de 1979 a 2015, e formou a base de projeções de maiores declínios nos níveis de gelo e ursos nas próximas décadas.
A população de ursos polares é de cerca de 26 mil, mas a expectativa é que caia em cerca de 8.600 nos próximos 35 a 40 anos, disseram cientistas. À época que os ursos polares foram declarados espécie ameaçada de extinção, em 2008, um estudo previa que dois terços da população nativa poderia desaparecer até metade do século.
"Há potencial para uma grande redução na população global de ursos polares nas três próximas gerações caso a perda de gelo marinho continue no nível que vimos", disse Kristin Laidre, uma ecologista de mamíferos marinhos do Cetro de Ciência Polar da Universidade de Washington.