Por Lefteris Papadimas e Renee Maltezou
ATENAS (Reuters) - Os parlamentares gregos não conseguiram eleger um novo presidente na primeira rodada de uma votação nesta quarta-feira, e o primeiro-ministro, Antonis Samaras, ainda precisa de 20 votos de independentes e de partidos nanicos para manter seu governo de coalizão no poder.
Com mais duas rodadas pela frente, uma vitória governamental não era mesmo esperada nesta quarta-feira, mas o resultado ficou abaixo das expectativas, obtendo o limite mínimo de votos que as autoridades viam como satisfatório antes da votação.
Dos 300 parlamentares, 160 votaram a favor do candidato do governo, Stavros Dimas, 135 se opuseram e cinco se abstiveram, menos do que a supermaioria de 200 necessária para escolher um presidente na primeira rodada.
A mídia grega vinha especulando que o governo poderia obter entre 161 e 167 votos, mas só cinco deputados debandaram para votar com os 155 membros da coalizão.
O chefe de Estado é um cargo essencialmente cerimonial no país, mas fracassar na eleição presidencial desencadearia eleições antecipadas, que pesquisas de opinião mostram que provavelmente seriam vencidas pelo partido esquerdista radical Syriza, que promete renegociar o programa de resgate financeiro da Grécia.
De rosto impassível, Samaras disse esperar que o parlamento eleja um presidente nas duas rodadas restantes em 23 e 29 de dezembro, evitando uma eleição nacional antes da hora.
"As condições são difíceis, os legisladores gregos estão cientes de que o país não pode se aventurar", declarou ele aos repórteres ao deixar a Câmara.
O líder do Syriza, Alexis Tsipras, afirmou que a "estratégia do medo" do governo fracassou. "A democracia não pode ser chantageada", disse aos jornalistas depois da votação.
(Reportagem adicional de George Georgiopoulos e Angeliki Koutantou)