Por Crispian Balmer e Giselda Vagnoni
ROMA (Reuters) - O primeiro-ministro da Itália, Paolo Gentiloni, obteve o apoio de um divido Senado nesta quarta-feira, o que permite que seu governo tome posse oficialmente, em meio ao surgimento de uma nova ameaça ao legado de seu antecessor Matteo Renzi.
Renzi renunciou na semana passada por ter perdido um referendo no qual propunha uma reforma na Constituição. Preocupado em evitar um turbilhão político, o presidente italiano, Sergio Mattarella, pediu a Gentiloni, até então ministro das Relações Exteriores, que formasse um novo gabinete.
Depois de vencer uma votação de confiança inicial na Câmara na terça-feira, Gentiloni garantiu uma vitória no Senado e prometeu levar adiante a agenda de reformas de Renzi.
Mas a iniciativa, antes louvada pelos investidores como sinal de que o país finalmente estava enfrentando uma série de problemas, como o mau desempenho econômico crônico e uma corrupção desenfreada, parece cada vez mais incerta.
Como a reforma constitucional já foi rejeitada no referendo, outra bandeira de Renzi, uma reformulação do mercado de trabalho, corre o risco de ter o mesmo destino, já que o principal sindicato italiano está exigindo um plebiscito sobre a lei.
A Corte Constitucional da Itália disse nesta quarta-feira que irá analisar o pedido no dia 11 de janeiro. Se o tribunal der a luz verde para o sindicato CGIL, um referendo sobre a Lei de Empregos pode ser realizado antes do próximo verão local.
Líderes empresariais criticaram a ação para derrubar a reforma, que tornou mais fácil contratar e demitir funcionários, e o ministro do Trabalho disse aos repórteres que a iniciativa dos sindicatos tornou mais provável a convocação de eleições nacionais.
(Reportagem adicional de Francesca Piscioneri)