Por Nick Tattersall
ISTAMBUL (Reuters) - O primeiro-ministro da Turquia acusou a Rússia nesta quarta-feira de tentar uma "limpeza étnica" no norte da Síria, dizendo que Moscou estava tentando expulsar do local populações de turcomanos e muçulmanos sunitas para proteger seus interesses militares na região.
Os comentários de Ahmet Davutoglu podem complicar ainda mais as tensas relações entre Moscou e Ancara, já no seu pior momento na história recente depois que forças turcas derrubaram um avião de guerra russo perto da fronteira entre a Turquia e a Síria no mês passado.
"A Rússia está tentando fazer uma limpeza étnica no norte de Latakia para forçar (para fora de lá) todos os turcomanos e a população sunita que não têm boa relação com o regime", disse Davutoglu a jornalistas estrangeiros em Istambul.
"Eles querem expulsá-los, eles querem limpar etnicamente a área para que o regime (sírio do presidente Bashar al-Assad) e as bases russas em Latakia e Tartus fiquem protegidos", afirmou ele, em inglês.
Os turcomanos são etnicamente próximos aos turcos, e Ancara tem ficado particularmente irritada pelo que diz ser ataques russos contra eles na Síria.
Davutoglu declarou que o bombardeio russo na região de Azaz, também no noroeste da Síria, foi planejado para cortar as linhas de suprimento de grupos sírios que se opõem a Assad, aliado de Moscou, e assim beneficiar os militantes do Estado Islâmico.
Moscou e Ancara têm acusado um ao outro de ajudar o Estado Islâmico. Ambos negam.