ROMA (Reuters) - O presidente da Itália iniciou conversas com líderes partidários nesta quinta-feira em busca de uma saída da crise política causada pela renúncia do primeiro-ministro do país, Matteo Renzi.
Sergio Mattarella, ex-juiz constitucional de 75 anos de idade, precisa decidir se alguém consegue liderar a Itália até as eleições marcadas para 2018 ou se um governo interino deveria assumir até que uma eleição antecipada possa ser realizada na primavera local.
Mattarella, ex-democrata cristão de estilo menos intervencionista do que seu antecessor, Giorgio Napolitano, irá começar as reuniões com os líderes institucionais às 18h locais no Palácio Quirinal.
As reuniões serão seguidas de tratativas parlamentares na sexta-feira e encerradas na noite de sábado.
O processo é familiar para a Itália, que tem um histórico de colapsos governamentais, mas é o primeiro desde que o siciliano Mattarella assumiu no ano passado, na esteira de uma carreira política que começou depois que a máfia assassinou seu irmão, um político, em 1980.
Pode ser que Mattarella espere até segunda-feira para revelar sua decisão, disse uma fonte próxima do presidente. Renzi descartou – por ora – continuar como premiê interino, afirmou uma fonte parlamentar.
A maioria dos partidos, incluindo o Partido Democrático (PD) de Renzi, que tem a maioria das cadeiras no Parlamento, parece preferir uma eleição antecipada, o que faria a nação se juntar a uma lista de grandes países europeus – como França, Alemanha e Holanda – que irão realizar eleições nacionais em 2017.
Até agora os mercados têm tolerado a situação italiana. Até o Banco Monte dei Paschi di Siena, que pode precisar de uma intervenção governamental para sobreviver, viu suas ações subirem mais de 6 por cento nesta quinta-feira depois de pedir ao Banco Central Europeu uma prorrogação de três semanas em seu plano de resgate.