Por Manuel Mogato
MANILA (Reuters) - O presidente filipino, Rodrigo Duterte, pediu nesta segunda-feira a retirada das forças especiais dos Estados Unidos de um grupo de ilhas no sul das Filipinas, dizendo que a presença delas poderia complicar as ofensivas contra militantes islâmicos notórios por decapitarem ocidentais.
Duterte, que esteve no centro das atenções na semana passada por conta de uma tirada exibida pela TV contra os EUA e o presidente Barack Obama, afirmou que os norte-americanos ainda em Mindanao eram alvos de grande valor para os militantes do grupo Abu Sayyaf, ligados ao Estado Islâmico, à medida que operações de reação à insurgência se intensificam.
"Eles tem que ir”, disse Duterte em discurso. “Eu não quero um rompimento com os EUA, mas eles tem de ir.”
Ele acrescentou: “Americanos, eles vão realmente matá-los, eles vão tentar sequestrá-los para conseguir resgate.”
Os comentários de Duterte, conhecido pelas palavras abruptas e o temperamento volátil, contribuíram com a incerteza sobre o impacto que a sua chegada ao governo terá numa das alianças mais importantes de Washington na Ásia.
John Kirby, porta-voz do Departamento de Estado dos EUA, declarou que não estava ciente de nenhum comunicado oficial de Manila pedindo a retirada. Ele disse que Washington permanecia comprometida com a aliança.