SANTIAGO (Reuters) - A presidente do Chile, Michelle Bachelet, anunciou que vai reformar o ministério todo nos próximos dias, em uma medida surpreendente que indica a grande preocupação com a queda brusca de popularidade.
"Há poucas horas eu pedi que todos os ministros se demitam, e eu vou levar 72 horas para decidir quem vai ficar e quem vai sair", disse ela em entrevista a uma estação de TV local na quarta-feira à noite.
A popularidade de Bachelet, de centro-esquerda, atingiu o ponto mais baixo nas últimas semanas depois de uma série de escândalos de corrupção. Mais cedo na quarta a mais recente pesquisa mostrou que a desaprovação à presidente continua crescendo.
Além de um escândalo sobre financiamento ilícito de campanha, que afetou principalmente políticos da oposição, Bachelet teve sua reputação manchada por um lucrativo empréstimo bancário que beneficiou sua nora. Embora sempre tenha enfatizado que desconhecia o negócio, na quarta à noite Bachelet afirmou que cometeu "erros importantes" ao não voltar das férias ou comentar rapidamente o caso.
A confusão sobre os escândalos tem ofuscado sua agenda política num momento em que ela está tentando levar adiante ambiciosas reformas trabalhistas e no setor educacional.
Não está claro quais ministros, se houver algum, permanecerão no gabinete. Tradicionalmente, o ministro da Fazenda, atualmente Alberto Arenas, permanece no cargo ao longo de todos os quatro anos do governo.
(Reportagem de Antonio de la Jara e Rosalba O'Brien)