BANJUL (Reuters) - O presidente eleito de Gâmbia, Adama Barrow, disse neste sábado que o mandatário Yahya Jammeh não tem autoridade para rejeitar o resultado das eleições do último dia 1º de dezembro, enquanto a ONU e a União Africana também pressionam para que Jammeh se afaste do poder.
Há muito tempo ocupando a Presidência, Jammeh convocou na sexta-feira uma nova eleição no pequeno país do oeste africano após perder nas urnas por pequena margem de diferença para o líder da oposição Barrow, pondo em perigo o que devia ser a primeira transição democrática de poder em Gâmbia em 50 anos. Ele havia admitido a derrota publicamente na semana anterior.
O anúncio na TV estatal colocou em xeque o futuro do país de 1,8 milhão de habitantes depois que o inesperado resultado eleitoral encerrou um governo autoritário de 22 anos de Jammeh.
"O presidente não tem autoridade constitucional para rejeitar o resultado da eleição ou ordenar que novo pleito seja realizado", disse Barrow a jornalistas em Banjul após uma reunião de emergência, sob forte segurança.
"Eu abri um canal de comunicação de forma a convencê-lo a facilitar a transferência de poder em nome do supremo interesse público do país", disse.
As ruas de Banjul amanheceram calmas neste sábado, embora alguns moradores da capital do país tenham dito que iriam permanecer em casa com receio de violência. Há forte presença policial nas ruas.
(Por Lamin Jahateh)