Por Amelie Baron
PORTO PRÍNCIPE (Reuters) - O presidente do Haiti, Michel Martelly, concordou em buscar a renúncia de seu primeiro-ministro na sexta-feira, após aceitar a recomendação de uma comissão especial nomeada para resolver uma longa disputa política que tem impedido a realização de eleições.
Martelly fez o anúncio em um discurso à nação do palácio presidencial, o segundo em três dias, depois de conversas com um enviado especial do Departamento de Estado dos Estados Unidos, assim como de protestos nas ruas contra a falta de eleições e a corrupção governamental.
Não estava claro quando as recomendações serão implementadas, ou quando um novo premiê tomará posse, mas o anúncio parece marcar o fim de uma aliança entre Martelly e o primeiro-ministro, Laurent Lamothe, que são amigos e parceiros de negócios.
Embora tenha sacrificado Lamothe para acalmar os críticos, Martelly elogiou seu trabalho duro e acrescentou que Lamothe concordou com a demissão.
"Ele está disposto a fazer esse sacrifício", disse Martelly, com Lamothe sentado na plateia.
"Reconheço sua determinação de ajudar o país", acrescentou.
Lamothe, que cursou a universidade em Miami, é bem visto na comunidade internacional, incluindo os principais bancos que emprestam dinheiro ao país. Espera-se que ele dispute a Presidência do Haiti no ano que vem.