BRASÍLIA (Reuters) - A bancada do PT na Câmara decidiu nesta quarta-feira que o deputado Arlindo Chinaglia (PT-SP) concorrerá à presidência da Câmara pelo partido, mas a candidatura ainda será negociada com outros partidos aliados, que poderão sugerir outro nome.
Chinaglia já presidiu a Câmara entre 2007 e 2009, quando PT e PMDB, as duas maiores bancadas da Casa à época, fecharam um acordo por um rodízio na presidência. O acordo vigorou até esta Legislatura, mas agora os dois partidos não têm mais interesse nesse revezamento.
Para enfrentar a candidatura do líder do PMDB, deputado Eduardo Cunha (RJ), lançada há duas semanas, o PT está formando um bloco com PCdoB, PDT, Pros, PEN e PHS.
As bancadas dessas legendas serão ouvidas e, dependendo das negociações, a candidatura de Chinaglia pode ser substituída por um deputado de algum desses partidos.
"Agora, vamos conversar com os partidos que compõem esse bloco", disse Chinaglia a jornalistas nesta quarta.
O PT também aguarda eleições de novos líderes partidários do PSD, do PR e do PP para procurar essas bancadas e tentar costurar um acordo em torno da candidatura de Chinaglia ou de outro deputado dessas legendas. Atualmente, esses partidos estão inclinados a apoiar a chapa de Cunha.
O lançamento de um deputado do PT para a disputa ocorre em um momento em que a candidatura de Cunha, considerado desafeto político do Palácio do Planalto, mostra favoritismo, atraindo inclusive partidos de oposição.
PT e PMDB serão as maiores bancadas da Câmara na próxima legislatura e há certo temor no governo de que a disputa entre as duas legendas cause ainda mais dificuldades para a coesão da base aliada da presidente Dilma Rousseff no Congresso.
(Reportagem de Jeferson Ribeiro)