BEIRUTE/ROMA/MOSCOU (Reuters) - A Rússia disse neste sábado que estava pronta para conversar com os Estados Unidos sobre um recuo de todos os rebeldes sírios em Aleppo, no leste, onde os avanços do exército sírio, com o apoio russo, ameaçam ser um golpe decisivo na rebelião.
Em pouco mais de uma semana, o exército e milícias aliadas ocuparam várias áreas do território controlado pelos opositores em Aleppo, em uma campanha feroz que pode deixar os rebeldes com nenhuma opção a não ser negociar passagem para sair da cidade.
Com dezenas de milhares de civis ainda vivendo no cada vez menor enclave rebelde, o enviado da ONU na Síria sugeriu que o leste de Aleppo poderia cair antes mesmo do fim do ano e que esperava que uma maneira pudesse ser encontrada para evitar uma "terrível batalha".
Em resposta à proposta russa, um oficial de um grupo rebelde de Aleppo disse que comandantes na cidade prometeram continuar lutando. Eles apoiariam a abertura de um corredor para civis deixarem a cidade, mas não se renderiam.
Os avanços do governo em Aleppo deixaram o presidente Bashar al-Assad mais próximo de sua maior vitória em uma guerra civil que cresceu de protestos contra seu governo, em 2011.
Apoiado pela força aérea russa e milícias xiitas do Irã, Iraque e Líbano, o governo vinha gradativamente se aproximado do leste de Aleppo este ano, cercando as regiões da cidade antes de lançar um grande assalto, em setembro.
As Nações Unidas estimam que quase 30.000 pessoas foram deslocadas pelas últimas batalhas, 18.000 delas em direção a áreas controladas pelo governo e outras 8.500 para o bairro Sheikh Maqsoud, dominado pelos curdos.
Fornecimentos de comida e combustível estão muito baixos no leste de Aleppo, onde hospitais foram repetidamente bombardeados e não estão em operação. Centenas foram mortos nos bombardeios.
(Por Tom Perry, Isla Binnie e Vladimir Soldatkin)