BEIRUTE/BISHKEK (Reuters) - A Rússia e rebeldes sírios lançaram dúvidas sobre as perspectivas de um cessar-fogo acordado há cinco dias, cada vez mais instável neste sábado, com Moscou dizendo que a situação estava piorando e um líder rebelde em Aleppo advertindo que a trégua "não vai durar".
Em vigor desde a segunda-feira, o cessar-fogo é o resultado de um acordo entre a Rússia, que apoia o presidente sírio, Bashar al-Assad, com forças aéreas, e os Estados Unidos, que apoiam alguns grupos rebeldes.
No entanto, alguma violência persiste em toda a Síria, promessas de entregas de ajuda para áreas sitiadas permanecem bloqueadas, com ambos os lados acusando o outro de má-fé.
O ministro da Defesa da Rússia disse que as condições na Síria estavam se deteriorando, acrescentando que acreditava que o cessar-fogo tinha sido violado 199 vezes por rebeldes e dizendo que os Estados Unidos seriam responsáveis se o acordo entrar em colapso.
Neste sábado, o presidente russo, Vladimir Putin, lançou dúvidas sobre o compromisso de Washington com o negócio, mas também disse acreditar que a obtenção de um cessar-fogo foi um objetivo comum para os dois países, que ambos concordaram em estendê-lo na sexta-feira.
Insurgentes dizem que só relutantemente aceitaram o acordo inicial, que eles acreditam ser enviesado contra eles, porque poderia aliviar a terrível situação humanitária em áreas sitiadas que eles controlam, e culparam a Rússia por minar a trégua.
"A trégua, como já avisado, e dissemos ao Departamento de Estado norte-americano, não vai durar", disse o líder rebelde, apontando para a presença de um comboio de ajuda da ONU na fronteira turca aguardando permissão para entrar em Aleppo.
A guerra civil, que já dura cinco anos, já matou centenas de milhares e deslocou metade da população do país, causando uma crise internacional de refugiados.
(Por Angus McDowall e Tom Perry em Beirute, Olesya Astakhova em Bishkek e Humeyra Pamuk em Istambul)