BOGOTÁ (Reuters) - Os rebeldes das Forças Armadas Revolucionárias da Colômbia (Farc) estão se deslocando pela última vez, viajando de bote, por estradas e a pé por floresta e montanhas para os campos de desmobilização, como parte de um acordo para terminar com mais de 50 anos de guerra, disseram o governo e guerrilheiros.
Quase 4.400 combatentes das Farc estão no momento fazendo o trajeto para mais de duas dezenas de campos rurais espalhados pelo país, acompanhados por representantes da Organização das Nações Unidas e do governo.
O restante de um número estimado entre 6 mil e 7 mil combatentes das Farc já estão nos locais de desmobilização ou perto desses lugares, onde funcionários da ONU são responsáveis pela coleta das armas dos guerrilheiros.
Representantes da ONU estão ajudando as autoridades colombianas com procedimentos judiciais especiais contra rebeldes acusados de crime contra a humanidade e também com os esforços para reintegração e reparação.
"Eles partiram no fim de semana, com as armas nos ombros, prontos para fazer a troca por uma vida na legalidade, na democracia, uma vida diferente que vai contribuir com a construção da paz”, afirmou a comissão de paz em comunicado nesta segunda.
A desmobilização do grupo representará um fim para mais de 52 anos de derramamento de sangue no país andino. Fundada em 1964 para lutar por reforma agrária e distribuição de renda, as Farc já chegaram a ter uma presença em quase metade do território colombiano.