BEIRUTE/AMÃ (Reuters) - Grupos rebeldes sírios decidiram participar de conversas de paz apoiadas pela Rússia e Turquia no Cazaquistão para pressionar por uma total implementação do cessar-fogo, que dizem ter sido amplamente violado pelo governo e aliados apoiados pelo Irã.
A Rússia, aliado mais poderoso do presidente Bashar al-Assad, colocou o novo esforço diplomático em ação após rebeldes sírios sofrerem uma grande derrota no mês passado ao perderem distritos tomados no leste de Aleppo.
Os Estados Unidos, que lideraram esforços fracassados de iniciar conversas de paz no ano passado, não estão envolvidos na diplomacia mais recente.
Assad já disse que seu governo está pronto para participar das conversas. Após ganhar territórios com apoio russo e iraniano, ele se mostra mais forte do que em qualquer outro momento do conflito.
Os rebeldes tomaram a decisão em encontros em andamento em Ancara e agora trabalham para formar uma delegação que será comandada por Mohammad Alloush, chefe do escritório político do grupo rebelde Jaish al-Islam, disse Alloush à Reuters. Ele disse que os rebeldes iriam a Astana para “neutralizar o papel criminoso” do Irã.
Analistas acreditam que rebeldes estão sob pressão da Turquia, um dos principais apoiadores, para participar das negociações. Mais cedo neste mês, eles cancelaram qualquer conversa sobre participar do encontro em Astana pelo que chamaram de violações do governo de um cessar-fogo mediado pela Rússia e Turquia.
As conversas estão marcadas para 23 de janeiro em Astana. O ministro das Relações Exteriores da Turquia disse no sábado que Ancara e Moscou decidiram convidar os Estados Unidos para participar. Um porta-voz do Kremlin não confirmou a informação nesta segunda-feira.
O ministro das Relações Exteriores da Rússia, Sergei Lavrov, discutiu nesta segunda-feira os preparativos para as futuras conversas de paz na Síria, com os chanceleres turco, Mevlut Cavusoglu, e iraniano Mohammad Javad Zarif.
(Por Tom Perry and Suleiman Al-Khalidi)