Por David Dolan e Orhan Coskun
ISTANBUL/ANCARA (Reuters) - Rebeldes apoiados pela Turquia tiraram neste domingo o Estado Islâmico da fronteira do país com a Síria, assegurando um corredor de 90 quilômetros de extensão e obtendo grandes ganhos nos planos de Ancara de expulsar os militantes sunitas e paralisar o avanço de combatentes curdos.
Os rebeldes, formados por árabes sírios e turcos que lutam sob a bandeira do Exército Livre da Síria, assumiram o controle da fronteira entre Azaz e Jarabulus, depois de tomarem 20 vilarejos do EI, disseram militares turcos em comunicado.
O feito dá à Turquia controle de uma faixa de terra que o país vê como fundamental contra o avanço da milícia YPG, apoiada pelos Estados Unidos.
A Turquia combate há três décadas a insurgência curda no sudeste do país e teme que ganhos da YPG fortalecerão militantes dentro do seu território. Para o governo turco, a YPG é um grupo terrorista e extensão do Partido dos Trabalhadores do Curdistão (PKK), que é proibido no país.
"Estamos ali para proteger nossa fronteira, dar segurança de vida e propriedade para nossos cidadãos e assegurar a integridade da Síria", disse o primeiro-ministro, Binali Yildirim. "Nunca permitiremos a formação de um Estado artificial no norte da Síria."
Embora os EUA e a Europa também considerem o PKK um grupo terrorista, Washington vê a YPG como uma entidade separada e crucial no combate ao Estado Islâmico na Síria. Essa divergência causou tensões com a Turquia, membro da Otan e parceira na coalizão anti-EI.
O presidente turco, Tayyip Erdogan, diz que se preocupa com a formação de um "corredor do terror" na fronteira.