LONDRES (Reuters) - A ministra do Interior da Grã-Bretanha, Theresa May, e a eurocética rival Andrea Leadsom emergiram nesta quinta-feira como as duas candidatas que disputarão a corrida para se tornar a próxima primeira-ministra britânica e liderar o caminho do país em sua saída da União Europeia.
May conquistou 199 votos e Leadsom, 84, na segunda votação de parlamentares do Partido Conservador governista. O secretário da Justiça, Michael Gove, ficou com apenas 46 votos e foi eliminado da corrida.
Cerca de 150 mil membros do partido em todo o país vão votar para decidir qual das duas se tornará a primeira mulher a comandar a Grã-Bretanha desde que Margaret Thatcher perdeu o cargo 1990.
O resultado da disputa deve sair em 9 de setembro, o que significa que empresários e investidores terão que enfrentar mais dois meses de incertezas sobre quem liderará a grande tarefa de desvencilhar a economia britânica da União Europeia e, ao mesmo tempo, salvaguardar o comércio e os investimentos.
O primeiro-ministro David Cameron anunciou no mês passado que deixaria o cargo após eleitores, muitos dos quais preocupados com a imigração e com desejo de reivindicar “independência” de Bruxelas, rejeitaram a posição do premiê de que seria melhor manter o Reino Unido na UE, ignorando seus alertas de que sair do bloco poderia ser um desastre econômico.
“Esta votação mostra que o Partido Conservador pode se unir, e, sob minha liderança, ele vai”, disse May a apoiadores após os resultados terem sido anunciados.
Há poucas semanas, Andrea Leadsom, ministra júnior de Energia, ainda era pouco conhecida da maioria dos britânicos, mas como uma das principais vozes da campanha bem-sucedida pela saída britânica da UE, ela surgiu como uma concorrente séria enquanto rivais bem mais conhecidos foram derrubados por intrigadas políticas.
(Por Kylie MacLellan, William James e Elizabeth Piper)