SANTIAGO (Reuters) - A reprovação da presidente do Chile, Michelle Bachelet, alcançou o patamar inédito de 70 por cento em julho, enquanto seu governo reduz o programa de reformas e enfrenta uma lentidão na economia, mostrou uma pesquisa de opinião nesta segunda-feira.
A taxa de rejeição a Bachelet aumentou em relação aos 68 por cento de junho, de acordo com a consultoria GfK Adimark. Foi a pior cifra de qualquer mandatário desde que a Adimark iniciou os levantamentos do tipo em 2006.
A taxa de aprovação da presidente caiu para 26 por cento em julho, ante 27 por cento em junho.
"Em julho, a distância que vimos entre o governo e seus cidadãos nos últimos 12 meses se aprofundou, e isso vem se intensificando desde o começo deste ano", declarou a empresa em seu relatório.
A esquerdista Bachelet liderou o Chile, maior exportador de cobre do mundo, entre 2006 e 2010, e iniciou seu segundo mandato em março de 2014.
Embora tivesse um índice de aprovação de 54 por cento no início do mandato, a mandatária desagradou os chilenos à medida que o crescimento econômico lento e escândalos envolvendo financiamentos de campanha e até seu filho e sua nora eclipsaram sua mensagem de enfrentamento da desigualdade profunda.
Julho representou a primeira vez desde que Bachelet voltou ao poder em que mais chilenos disseram se identificar com a "oposição ao governo" (34 por cento) do que com o governo (32 por cento). Mas a oposição está dividida e seu principal bloco, a direitista Alianza, tem taxas de aprovação ainda mais baixas.
A pesquisa da Adimark entrevistou 1.015 pessoas entre 8 e 30 de julho, com uma margem de erro de 3,1 pontos percentuais.
(Reportagem de Gram Slattery)