Por Idrees Ali
BRUXELAS (Reuters) - O secretário de Defesa dos Estados Unidos, Jim Mattis, exortou a Turquia a manter o foco no combate aos militantes do Estado Islâmico na Síria, informou um comunicado do Pentágono divulgado nesta quinta-feira.
As relações entre os EUA e a Turquia, ambos membros da Organização do Tratado do Atlântico Norte (Otan), se fragilizaram devido aos interesses divergentes na guerra civil síria.
Washington está concentrada na derrota do grupo jihadista, enquanto Ancara, determinada a evitar que os curdos sírios ganhem autonomia e incentivem insurgentes curdos em seu solo, lançou no mês passado uma incursão militar na região síria de Afrin para varrer a milícia curda YPG da zona de sua fronteira sul.
Mattis fez o comentário durante um encontro com seu colega turco, Nurettin Canikli, na quarta-feira, nos bastidores de uma reunião da Otan.
"Ele pediu que se renove o foco na campanha para derrotar o Isis (Estado Islâmico), e para evitar que qualquer vestígio da organização terrorista se reconstitua na Síria", disse o comunicado.
Os dois homens concordaram em manter plenamente as atividades bilaterais de defesa e procurar maneiras de fortalecer ainda mais a cooperação, informou o Pentágono.
A Turquia ameaçou abrir caminho para a cidade síria de Manbij, sob controle de uma força liderada pela YPG, e alertou as tropas norte-americanas situadas no local a não interferirem.
Washington disse não ter planos de retirar seus soldados.
Ancara tem demonstrado revolta com o apoio dos EUA à YPG, que vê como uma organização terrorista e uma extensão do banido Partido dos Trabalhadores do Curdistão (PKK), que vem mantendo uma insurgência em solo turco há mais de 30 anos. Washington tem apoiado a YPG na luta contra o Estado Islâmico na Síria.