DONETSK Ucrânia (Reuters) - Líderes separatistas do leste da Ucrânia acusaram nesta quarta-feira o presidente Petro Poroshenko de violar um acordo de paz ao decidir suspender a lei que concedia "status especial" às suas regiões, e sinalizaram que não irão mais cumpri-lo.
As autoproclamadas repúblicas populares de Donetsk e Luhansk, na região de Donbass, disseram que a decisão do governo enfraquece o acordo acertado nas conversas de 5 de setembro em Minsk (Belarus), segundo o qual um cessar-fogo entrou em vigor no leste da Ucrânia.
Poroshenko, que acusas os rebeldes de violarem o acordo de Minsk ao realizarem uma eleição para escolher sua liderança no domingo, disse querer que o Parlamento revogue a lei que oferece "status especial" às áreas no leste.
A lei daria a Donetsk e Luhansk direitos limitados para cuidar de suas próprias relações e protegeria combatentes separatistas de acusações na Justiça.
"O cancelamento de Kiev do status especial para Donbass causa danos sérios ao processo de paz de Minsk", disseram os separatistas pró-russos em comunicado conjunto.
Indicando que o ato anula os acordos de Minsk, eles acrescentaram: "A RPD (República Popular de Donetsk) e a RPL (República Popular de Luhansk) não podem agir com base em um documento do qual Poroshenko retirou pontos de fundamental importância".
Eles disseram estar prontos para renegociar o acordo de Minsk, com a intenção de encerrar um conflito no qual mais de 4.000 pessoas morreram no leste da Ucrânia desde que os separatistas se levantaram contra o governo de Kiev, em abril.
A crise na Ucrânia provocou a maior crise nas relações entre a Rússia e o Ocidente desde o fim da Guerra Fria.
(Reportagem de Thomas Grove e Alexander Winning, em Moscou)