Por MacDonald Dzirutwe
HARARE (Reuters) - Soldados patrulharam as ruas do Zimbábue nesta terça-feira, à medida que confrontos com manifestantes ameaçavam fugir do controle, enquanto bancos, escolas e comércios permaneceram fechados um dia depois de protestos contra o colapso da economia do país resultarem em três mortes.
Os confrontos de segunda-feira aconteceram após acentuado aumento nos preços de combustíveis decretado pelo presidente Emmerson Mnangagwa, que cidadãos frustrados acusam de não cumprir a promessa de campanha de retomar o crescimento do país.
Mnangagwa, fora do país em uma visita oficial a Moscou, também prometeu pôr fim ao opressivo regime do ex-líder Robert Mugabe, que ele depôs em um golpe de Estado em novembro de 2017.
Em Harare e Bulawayo, a segunda maior cidade do Zimbábue, testemunhas disseram que forças de segurança se mobilizaram para impedir protestos, e muitas pessoas na capital disseram não conseguir mais acessar a internet.
“Nós estamos sofrendo. Mnangagwa decepcionou o país. Basta, nós não queremos mais isso”, disse o manifestante Takura Gomba em Warren Park, município de Harare, antes de se retirar com seu grupo após ver soldados se aproximando.
Um grupo de advogados de direitos humanos disse ter recebido relatos de soldados e policiais invadindo casas durante a noite e agredindo suspeitos de serem manifestantes.
O porta-voz das Forças de Defesa do Zimbábue, Overson Mugwisi e a porta-voz da polícia, Charity Charamba disseram não poder comentar de imediato, assim como as três empresas de telecomunicações do país.