Por Andrew Chung e John Kruzel
WASHINGTON (Reuters) - A Suprema Corte dos Estados Unidos concordou nesta sexta-feira em receber o recurso do ex-presidente do país, Donald Trump, de uma decisão judicial que impede o político de estar na cédula de votação das primárias republicanas, aceitando um caso politicamente explosivo e com grandes implicações na eleição presidencial de 2024. No centro da polêmica está a decisão da Suprema Corte do Colorado, tomada no dia 19 de dezembro, que impede Trump de concorrer nas primárias republicanas do Estado, com base na 14ª Emenda da Constituição, que versa sobre participação em insurreições. Trump foi responsabilizado pelo seu papel nos ataques de seus apoiadores contra o Capitólio em 6 de janeiro de 2021. Os juízes tomaram a decisão de analisar o caso com rara rapidez. Trump, líder da corrida pela nomeação do Partido Republicano para enfrentar o atual presidente, o democrata Joe Biden, nas eleições de novembro, protocolou seu recurso na quarta-feira. Sua legenda no Estado também recorreu da decisão, mas no dia 27 de dezembro. A corte estadual, que julgou Trump em um processo movido por eleitores republicanos e independentes do Colorado, declarou o político inelegível devido a um dispositivo constitucional que bane qualquer pessoa “que tenha participado de insurreição ou rebelião” de manter um cargo público, assim impedindo que seu nome aparecesse nas cédulas das primárias. O caso do Colorado coloca a Suprema Corte no meio de uma batalha política sem precedentes para invalidar a tentativa de Trump de voltar à Casa Branca. O tribunal tem uma maioria conservadora de 6 a 3. Muitos republicanos criticam a retirada do nome de Trump, chamando-a de interferência política no processo eleitoral, enquanto os proponentes afirmam que responsabilizar constitucionalmente o ex-presidente pela insurreição é um ato que apoia os valores democráticos. (Reportagem de Andrew Chung)