GENEBRA (Reuters) - O surto de Ebola na República Democrática do Congo está se propagando em um ritmo mais rápido do que nunca, oito meses após ter sido detectado, alertou a Organização Mundial da Saúde (OMS) nesta segunda-feira.
Cada uma das duas últimas semanas registrou um número recorde de casos novos, um grande revés nos esforços para reagir à segunda maior epidemia da história, e a desconfiança comunitária e a violência das milícias vêm impedindo o acesso de agentes de saúde a áreas afetadas.
Menos de três semanas atrás, a OMS disse que o surto de febre hemorrágica estava contido em grande parte e poderia ser detido até setembro, observando que o número semanal de casos caiu para 25, metade da cifra do início do ano.
Mas a quantidade de casos atingiu o número recorde de 57 na semana seguinte e saltou para 72 na semana passada, disse o porta-voz da OMS, Christian Lindmeier. Picos anteriores de cerca de 50 casos por semana foram documentados em meados de novembro e no final de janeiro.
O que mais alarma é que três quartos das mortes causadas pelo Ebola na semana passada ocorreram fora de centros de tratamento, segundo dados do Ministério da Saúde do Congo -- o que significa que existe uma chance muito maior de estas pessoas terem transmitido o vírus àquelas ao seu redor.
"As pessoas estão sendo infectadas sem acesso a medidas de reação", disse Lindmeier à Reuters.
Acredita-se que o surto atual já matou 676 pessoas e infectou outras 406. Outros 331 pacientes se recuperaram.
(Por Stephanie Nebehay)