Por Juliette Jabkhiro
PARIS (Reuters) - Salah Abdeslam, o principal suspeito de um ataque jihadista que matou 130 pessoas em atentados coordenados em Paris, em novembro de 2015, disse nesta quarta-feira a um tribunal francês que nunca matou ou feriu ninguém.
Abdeslam, de 32 anos, disse que apoia o grupo militante Estado Islâmico e que é inegável que ele está a caminho de se tornar um combatente.
Ele não disse, no entanto, se esteve envolvido nos ataques coordenados com armas e bombas, os mais mortais na França no período pós-guerra, que chocaram toda a Europa.
"Queria dizer hoje que não matei ninguém e não machuquei ninguém. Nem sequer fiz um arranhão", disse Abdeslam ao tribunal durante interrogatório.
"É importante para mim dizer isso, porque desde o início deste caso, as pessoas não pararam de me caluniar."
Pressupõe-se que o franco-marroquino Abdeslam seja o único membro sobrevivente do comando islâmico que se acredita ter realizado os ataques com armas e bombas em seis bares e restaurantes, na casa de shows Bataclan e em um estádio nacional de futebol na França.
Ele é o único vivo entre os 20 réus acusados diretamente por assassinato, tentativa de homicídio e sequestro. Investigadores acreditam que seu colete explosivo não funcionou e o suspeito fugiu da capital francesa horas após o ataque.
Abdeslam ainda não foi questionado sobre seu suposto papel nos ataques de 13 de novembro de 2015. Ele não expressou remorso pelo sangue derramado na noite em questão.
Se considerado culpado, ele será condenado à prisão perpétua.