WASHINGTON (Reuters) - A Terra abriga pouco mais de 3 trilhões de árvores, como as sequoias da Califórnia, as oliveiras da Tunísia, as cerejeiras do Japão, os eucaliptos da Austrália e tantas outras, mas elas estão desaparecendo em um ritmo preocupante por causa da ação humana.
Pesquisadores divulgaram nesta quarta-feira o levantamento mais abrangente já feito das populações de árvores globais, usando dados que incluíram imagens de satélite e estimativas de densidade de árvores feitas no solo em mais de 400.000 localidades do mundo inteiro.
A estimativa de 3,04 trilhões de árvores, ou aproximadamente 422 por pessoa, é cerca de oito vezes maior do que a previsão anterior de 400 bilhões de árvores, também baseada em imagens de satélite, mas em menos dados recolhidos no solo.
As novas descobertas dão motivo de sobra para preocupação, e o ser humano está na raiz do problema.
O número de árvores caiu cerca de 46 por cento desde o surgimento da civilização humana, e a cada ano ocorre uma perda bruta de 15 bilhões de árvores e uma perda líquida de 10 bilhões de árvores, disse o ecologista Thomas Crowther, da Universidade de Yale, que liderou o estudo publicado na revista Nature.
"Atualmente, há menos árvores do que em qualquer momento desde o início da civilização humana, e este número ainda está diminuindo em um ritmo alarmante", afirmou.
"A escala destes números só enfatiza a necessidade de aumentar nossos esforços se for para começarmos a reparar alguns destes efeitos em escala global."
Crowther disse que uma ampla variedade de atividades humanas desmatam as terras arborizadas. Historicamente, a conversão de terras para a agricultura foi o que causou o maior impacto nas florestas, mas o desenvolvimento industrial e urbano também tem tido efeitos enormes, declarou Crowther.
À medida que a população humana global cresce, a perda líquida de árvores em todo o planeta também pode aumentar, disse Henry Glick, pesquisador de Yale.
(Reportagem de Will Dunham)