Por Piya Sinha-Roy
LOS ANGELES (Reuters) - Quando um piloto da empresa aérea US Airways pousou um avião danificado no rio Hudson, em Nova York, em pleno inverno e salvou todas as 155 pessoas a bordo, foi saudado imediatamente como um herói --mas até os heróis podem estar desmoronando por dentro.
"Sully - O Herói do Rio Hudson", que foi dirigido por Clint Eastwood e estreia nos cinemas norte-americanos na sexta-feira, acompanha o que aconteceu logo após os eventos extraordinários de 15 de janeiro de 2009, dia em que o capitão Chesley "Sully" Sullenberger pousou sobre o Hudson depois que as duas turbinas do Airbus A320-214 que comandava foram destruídas por um bando de pássaros.
Depois do pouso, Sully, interpretado por Tom Hanks, e seu copiloto Jeff Skiles (Aaron Eckhart) enfrentaram uma longa investigação da Comissão Nacional de Segurança dos Transportes dos Estados Unidos, que tentou determinar se Sully e Skiles cometeram um erro e, consequentemente, colocou suas reputações bem estabelecidas em risco.
O filme enfatiza o estresse pós-traumático que vitimou Sully no momento em que o mundo o louvava como herói. Ele luta com pesadelos vívidos nos quais revive versões diferentes do acontecimentos nas quais o avião atinge edifícios de Nova York, uma imagem que evoca a tragédia de 11 de setembro de 2001.
Embora as ações de Sullenberger tenham sido extraordinárias, Hanks disse à Reuters que a angústia mental do capitão durante a investigação foi "uma experiência humana que muitas pessoas se identificam, porque todos nós, em algum momento, fomos acordados por um sonho que nos incomodou".
Sullenberger, por sua vez, elogiou o retrato de Hanks, dizendo que "é incrível como ele é bom em seu ofício e como ele é capaz, de maneiras muito sutis, de fazer coisas, dizer coisas, se comportar de uma maneira que o faz se parecer comigo".
O filme examina a sequência de eventos que levou Sully e Skiles a pousar o avião no rio com numerosas variações, e cada uma permite que a plateia "aprenda algo novo" sobre o voo, disse Hanks.
"O que você tira das recriações que fizemos é quantas pessoas foram envolvidas nas consequências, mas também o quão especificamente tudo se reduziu àqueles dois caras na cabine", contou o vencedor do Oscar.
Eckhart disse que Clint Eastwood, ator e diretor que também foi premiado com Oscars, levou um nível de experiência para o filme que ecoou tanto a experiência de Sully como piloto quanto a de Hanks como ator --um conto de um herói contado por veteranos da indústria.
"Todo mundo olha para o Clint através de sua carreira no cinema como para um herói. Ele é esse homem para nós, e é isso que Sully é", dsse Eckhart. "Ele é um líder nato, tem uma aura a seu redor."