Transferência de fundos venezuelanos é bloqueada, diz parlamentar da oposição

Publicado 05.02.2019, 20:45
Atualizado 05.02.2019, 20:50
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Por Vivian Sequera e Angus Berwick

CARACAS (Reuters) - Um banco português bloqueou uma tentativa da Venezuela de transferir 1,2 bilhão de dólares para o Uruguai, disse um parlamentar venezuelano nesta terça-feira, conforme a oposição ao presidente Nicolás Maduro advertia sobre um possível roubo de fundos públicos e os Estados Unidos enviavam alimentos e medicamentos à fronteira entre a Venezuela e a Colômbia.

A pressão para o socialista Maduro renunciar está aumentando, em meio a uma crise econômica marcada pela ampla escassez de produtos e pela hiperinflação, com os Estados Unidos e um número crescente de outros países reconhecendo o líder da oposição Juan Guaidó como o presidente legítimo do Venezuela.

A Rússia, que ao lado da China tem apoiado Maduro, reiterou sua visão de que a crise pode ser solucionada apenas com negociações entre o governo e a oposição.

Guaidó, que se autoproclamou presidente interino no mês passado, deveria se reunir ainda nesta terça-feira com líderes empresariais na principal federação empresarial da Venezuela, o Fedecámaras, para discutir um plano de recuperação econômica a ser implementado durante um futuro governo de transição no país membro da Opep.

Adversários de Maduro têm advertido que autoridades venezuelanas estão tentando esvaziar os cofres públicos antes de uma possível mudança no governo.

A instituição portuguesa Novo Banco suspendeu uma transferência de 1,2 bilhão de dólares de ativos financeiros do governo venezuelano a bancos uruguaios, disse o parlamentar Carlos Paparoni durante sessão no Congresso, um dia depois de Guaidó ter dito que autoridades estavam tentando transferir recursos financeiros.

“Estou satisfeito em informar ao povo venezuelano que essa transação foi, até agora, interrompida, protegendo os recursos de todos os venezuelanos”, disse Paparoni.

O Ministério de Informação da Venezuela, que lida com todas as perguntas da mídia, não respondeu de imediato a pedido por comentário.

O Novo Banco, do qual 75 por cento é propriedade do fundo de investimento norte-americano Lone Star Funds, não respondeu de imediato a pedido por comentário.

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Importantes países europeus, incluindo o Reino Unido, a Alemanha, a França e a Espanha se juntaram aos Estados Unidos na segunda-feira, reconhecendo Guaidó como presidente da Venezuela, enquanto membros de um outro bloco regional, o Grupo de Lima, mantiveram a pressão política sobre Maduro.

Caminhões carregando fornecimentos de alimentos e medicamentos enviados pelos Estados Unidos, para serem armazenados até que possam ser levados à Venezuela, chegarão ainda nesta semana a pedido de Guaidó e serão levados à principal passagem de fronteira entre a Venezuela e a Colômbia, Cúcúta, disseram autoridades dos EUA com conhecimento do plano.

Não ficou claro como os suprimentos entrarão na Venezuela sem a aprovação de Maduro e a cooperação das Forças Armadas venezuelanas, que têm permanecido fiéis ao governo e que patrulham o lado venezuelano da fronteira.

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