CATNIA, Itália (Reuters) - Dois traficantes de pessoas detidos pelas mortes de centenas de imigrantes afogados no pior naufrágio no Mediterrâneo em décadas não serão acusados de sequestro, já que afirmações de que os passageiros foram trancados no interior da embarcação não eram corretas, disse um promotor italiano nesta terça-feira.
Ambos enfrentam acusações de homicídio pelo naufrágio de um barco de pesca de 20 metros no mês passado que matou 800 imigrantes. O incidente também aumentou o alerta internacional sobre tentativas de milhares de pessoas de atravessar o Mediterrâneo vindas da Líbia, frequentemente em barcos pouco confiáveis.
A Itália vai realizar uma custosa e difícil operação de retirar a embarcação do leito marinho onde está, a uma profundidade de cerca de 370 metros, a 135 quilômetros da Líbia, disse o primeiro-ministro italiano, Matteo Renzi, nesta terça-feira.
"Eu quero que o mundo todo veja o que aconteceu", disse ele à emissora de TV RAI em entrevista.
No testemunho inicial, um sobrevivente disse a promotores que as portas do deck inferior haviam sido bloqueadas, mas o promotor italiano Giovanni Salvi disse que outros depoimentos e um vídeo dos destroços mostrou que isso não era verdade.