BEIRUTE/GENEBRA (Reuters) - O Exército da Síria e seus aliados se aproximaram de áreas perto da Cidade Velha de Aleppo nesta terça-feira, parecendo mais próximos do que nunca de obter sua vitória mais importante na guerra civil de cinco anos expulsando os rebeldes de seu último bastião urbano.
Também nesta terça-feira, os rebeldes disseram que jamais irão abandonar Aleppo, uma reação a relatos de que diplomatas dos Estados Unidos e da Rússia estão se preparando para se reunir e debater a rendição e a retirada de insurgentes de territórios que mantiveram durante anos.
A Rússia disse que seus aliados do governo sírio assumiram o controle de mais cinco bairros de Aleppo e que até agora tomaram 35 bairros dos rebeldes durante um avanço que mudou o curso do conflito.
Uma vitória do governo parece mais iminente agora do que em qualquer momento de 2012, o ano em que os insurgentes pegaram em armas para depor o presidente sírio, Bashar al-Assad, em uma guerra que matou centenas de milhares de pessoas, desabrigou mais da metade da população e criou a pior crise de refugiados do mundo.
O Ministério das Relações Exteriores da Síria disse que não aceitaria uma trégua em Aleppo a esta altura, caso qualquer parte de fora tentasse negociar. Na segunda-feira, a Rússia e a China vetaram uma resolução do Conselho de Segurança da Organização das Nações Unidas (ONU) pedindo um cessar-fogo de uma semana. Moscou argumentou que no passado os rebeldes usaram tais pausas para se recompor.
Bairros dominados pelos rebeldes em Aleppo – que foi reduzida a alguns quilômetros de comprimento – onde dezenas de milhares de civis estão impedidos de sair parecem prestes a cair. A ONU, cuja equipe está restrita a áreas da cidade comandadas por Damasco, descreveu "uma situação muito desastrosa no leste de Aleppo" nesta terça-feira.
"Houve bombardeios pesados sobre nós, há massacres (de civis), não há eletricidade e pouco acesso à internet", disse Abu Youssef, morador de uma das áreas ainda nas mãos dos combatentes.
Damasco e Moscou vêm pedindo aos rebeldes que se retirem da cidade, se desarmem e aceitem uma saída segura, um procedimento que foi realizado em outras áreas onde rebeldes abandonaram territórios sitiados nos últimos meses.
(Por Angus McDowall, John Davison e Stephanie Nebehay)