FAIRFIELD, Connecticut (Reuters) - O republicano Donald Trump repetiu no sábado seu ataque contra o presidente norte-americano Barack Obama de que ele ajudou a "fundar" o Estado Islâmico e protestou contra reportagens da imprensa que dizem que sua campanha está falhando, em um evento de campanha em Connecticut, estado onde tem poucas chances de sair vitorioso.
Falando por mais de uma hora em uma sala abafada, Trump passou uma boa parte de seu discurso reclamando sobre a mídia.
Ele ameaçou mais uma vez revogar as credenciais de imprensa do jornal The New York Times. As credenciais permitem que os repórteres acessem áreas destinadas exclusivamente à imprensa em seus eventos de campanha. Ele já baniu outros veículos antes, incluindo o The Washington Post.
No sábado, o jornal de Nova York publicou um artigo detalhando esforços mal sucedidos da campanha de Trump para fazê-lo focar a atuação nas eleições gerais para a presidência dos EUA.
"Essas são as pessoas mais desonestas", disse Trump. "Talvez nós comecemos a pensar em tirar as credenciais de imprensa deles."
Visitando Connecticut, estado fortemente Democrata, Trump levantou as sombrancelhas de muitos republicanos.
"É estúpido que ele esteja em Connecticut fazendo um evento público a menos de 90 dias das eleições", disse o estrategista republicano Matt Mackowiak.
"Você não vê Hillary fazendo campanha publicamente em Idaho e Mississippi. Eu tenho que pensar que isso prova que o candidato está comandando a campanha, o que explica porque é um desastre de proporções bíblicas".
Em diversos momentos a multidão lançou gritos contra a rival democrata de Trump, Hillary Clinton.
Trump também abandonou seus esforços recentes de dizer que não falava sério quando afirmou que Obama foi o "fundador" do grupo militante Estado Islâmico.
"É a minha opinião e a de muitas pessoas que ele foi o fundador", disse Trump ao público.
Democratas e Republicados têm criticado a afirmação de Trump como claramente falsa.
Trump se desviou de atacar o histórico econômico de Clinton para discutir o escândalo de 1998 envolvendo a estagiária da Casa Branca Monica Lewinsky e o ex-presidente Bill Clinton, que os republicanos tentaram tirar da presidência com um processo de impeachment.
"Lembram quando ele disse que não teve relações sexuais com aquela mulher, e algumas semanas mais tarde, 'oh, vocês me pegaram'", disse Trump, em meio a aplausos.
Ele então fez referência a um vestido azul que se tornou símbolo da investigação. "Estou tão feliz que eles tenham guardado aquele vestido, tão feliz por eles terem guardado esse vestido, porque mostra quem diabos eles são."
(Por Ginger Gibson)