Por Emily Stephenson
SAN ANTONIO (Reuters) - Donald Trump procurou minimizar a polêmica mais recente a atingir sua caminhada com vistas à indicação do Partido Republicado para a eleição presidencial dos Estados Unidos nesta segunda-feira, atribuindo o fato de não ter rejeitado o apoio de um supremacista branco a um ponto eletrônico defeituoso.
Às vésperas do dia de votação mais importante da corrida dos pré-candidatos presidenciais, o republicano favorito nas pesquisas tentou explicar por que não repudiou o endosso de David Duke, ex-líder da Ku Klux Klan (KKK), durante uma entrevista televisiva no domingo.
"Estou em uma casa da Flórida com um fone de ouvido muito ruim que eles me deram, e mal dava para ouvir o que ele dizia, mas o que eu ouvi foram vários grupos", disse Trump no programa "Today" da rede NBC.
"Eu desautorizei David Duke o final de semana todo, no Facebook, no Twitter, e é óbvio que nunca é o suficiente", acrescentou o bilionário do setor imobiliário.
Em uma campanha que Trump marcou com insultos constantes a seus adversários e uma série de propostas controversas, não ficou claro se ele será prejudicado por uma associação com o apoio de racistas brancos – algo que poderia ter afundado outra candidatura presidencial.
Trump propôs uma proibição temporária à entrada de muçulmanos no país, chamou imigrantes mexicanos de criminosos e insultou as mulheres.
O ex-apresentador de reality shows, cuja campanha começou como uma aposta arriscada, venceu três das quatro prévias partidárias estaduais até o momento em busca da indicação republicana para a votação de 8 de novembro. Trump parece a caminho de acumular mais vitórias quando 11 Estados, a maioria do sul, realizarem suas prévias em 1º de março, a chamada 'Super Terça-Feira'.
Trump lidera as pesquisas de opinião em muitos destes Estados, assim como em muitos levantamentos nacionais, nos quais tem uma vantagem de dois dígitos sobre seus rivais mais próximos, os senadores Marco Rubio e Ted Cruz. Seu avanço rumo à indicação, fortalecido pelo apoio inesperado do governador de Nova Jersey, Chris Christie, na sexta-feira, alarmou muitos do establishment republicano.
Os concorrentes de Trump o criticaram duramente por não se posicionar claramente sobre o suporte de um supremacista branco no domingo, quando foi indagado repetidamente na CNN se criticaria a KKK e rejeitaria o apoio de racistas como Duke, ex-chefe da KKK de Louisiana, uma das unidades federativas que votam na 'Super Terça-Feira'.
(Reportagem adicional de Doina Chiacu, Susan Heavey, Megan Cassella)