Por Alexandra Alper e Susan Cornwell
WASHINGTON (Reuters) - O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, disse nesta sexta-feira que está despreocupado com o inquérito de impeachment na Câmara dos Deputados e com a divulgação de depoimentos das testemunhas, mas não quis auxiliar a investigação conduzida por democratas permitindo que seu principal assessor depusesse.
Falando na Casa Branca, Trump minimizou a divulgação de transcrições de depoimentos fornecidos por diplomatas norte-americanos nesta semana a comitês da Câmara que investigam se o presidente republicano pressionou a Ucrânia a investigar seus rivais políticos domésticos.
Ele também criticou os democratas da Câmara por exporem o inquérito ao público com audiências abertas televisionadas a partir da semana que vem.
"Eles não deveriam estar realizando audiências públicas; isto é uma farsa", disse Trump, que negou qualquer irregularidade, aos repórteres.
Trump acusou os democratas de procurarem pessoas que o odeiam para que deponham na investigação e disse não estar familiarizado com a maioria das testemunhas, que incluem várias autoridades do alto escalão do Departamento de Estado.
"Não estou preocupado com nada. Os depoimentos foram todos ótimos. Quer dizer, a maior parte, eu nem ouvi falar destas pessoas. Não faço ideia de quem são", afirmou.
Investigadores da Câmara ainda buscam depoimentos de testemunhas a portas fechadas, inclusive do chefe de gabinete interino da Casa Branca, Mick Mulvaney, que é o principal assessor de Trump e também diretor do Escritório de Administração e Orçamento (OMB) da Casa Branca.
Mulvaney foi intimado a depor na noite de quinta-feira, mas não apareceu nesta sexta-feira. Seu conselheiro legal externo informou os investigadores que seu cliente foi instruído pela Casa Branca a não obedecer a intimação e afirmou sua "imunidade absoluta", disse um assessor parlamentar.
Mark Sandy, diretor-associado de programas de Segurança Nacional do OMB, também foi convocado a depor e não compareceu.
A Casa Branca disse anteriormente que não cooperará com a investigação do Congresso, desencadeada por uma queixa de um delator a respeito de uma conversa telefônica de 25 de julho entre Trump e o presidente ucraniano, Volodymyr Zelenskiy.
Parlamentares queriam interrogar as duas autoridades a respeito de seu conhecimento da decisão tomada pelo OMB no verão passado de bloquear, sem explicação ao Congresso, quase 400 milhões de dólares de ajuda à Ucrânia que havia sido aprovada por parlamentares.
Investigadores tentam determinar se Trump condicionou a liberação da ajuda a Zelenskiy concordar em iniciar uma investigação de corrupção sobre o ex-vice-presidente norte-americano e pré-candidato presidencial democrata Joe Biden e seu filho Hunter Biden.