Por Jonathan Landay e John Walcott
WASHINGTON (Reuters) - Documentos confidenciais apresentados pelos chefes de quatro agências de inteligência dos Estados Unidos na semana passada ao presidente eleito Donald Trump incluíram alegações de que agentes da inteligência russa possuem informações comprometedoras sobre ele, revelaram duas fontes do governo norte-americano na terça-feira.
As fontes disseram à Reuters que as alegações, consideradas por uma delas como “não comprovadas”, estavam em um memorando de duas páginas anexado a um relatório sobre a interferência da Rússia na eleição de 2016, o qual foi apresentado por representantes da inteligência norte-americana a Trump e ao presidente Barack Obama na semana passada.
Trump disse na noite de terça-feira pelo Twitter: “NOTÍCIA FALSA - UMA TOTAL CAÇA ÀS BRUXAS POLÍTICA!” A equipe de transição de Trump não respondeu imediatamente a pedidos de comentários.
Uma das fontes, as quais pediram anonimato para discutir questões confidenciais, disse que o FBI e outras agências dos EUA continuam a investigar a credibilidade e a precisão das alegações.
Essas alegações estão incluídas em relatórios de pesquisa disponibilizados no ano passado para democratas e autoridades dos EUA por um ex-agente da inteligência britânica, cujo trabalho anterior já foi majoritariamente considerado de credibilidade.
Uma das fontes disse que, até agora, investigadores foram incapazes de confirmar o conteúdo do material, alegadamente sobre o relacionamento financeiro e pessoal de Trump com empresários russos e outras pessoas de interesse, os quais analistas dos EUA concluíram ser agentes de inteligência da Rússia ou que ao menos trabalham para ela. Parte do material nos relatórios produzidos pelo ex-agente britânico se provou estar errada, segundo a fonte.
O FBI não quis comentar.
As acusações de que a Rússia teria informações comprometedoras sobre Trump foram apresentadas ao FBI e outras autoridades do governo dos EUA em meados do ano passado e têm circulado há meses.
O FBI inicialmente levou a sério o material, disseram as fontes, o qual foi primeiramente reportado pela CNN.
No entanto, a polícia federal norte-americana não agiu sobre o material, e o ex-agente britânico encerrou contato cerca de três semanas antes da eleição de novembro, disseram as fontes.
(Por Warren Strobel, Mark Hosenball, Jonathan Landay e John Walcott)