Por Nathan Layne e Alexandra Ulmer
HOUSTON, Estados Unidos (Reuters) - Donald Trump vai consolidar seu controle sobre o Comitê Nacional Republicano (RNC, na sigla em inglês) nesta sexta-feira, quando sua nora e outro aliado assumirem cargos de liderança em meio a um debate entre os membros sobre se a organização deve ajudar a pagar suas despesas legais.
Espera-se que os membros do RNC reunidos em Houston nomeiem o chefe do Partido Republicano da Carolina do Norte, Michael Whatley, e Lara Trump como presidente e copresidente da organização, que desempenharão um papel fundamental na mobilização de eleitores e fundos para as eleições gerais de 5 de novembro.
A medida foi tomada depois que Trump venceu as disputas primárias da Superterça, fazendo com que Nikki Haley desistisse de sua candidatura e praticamente garantindo que o ex-presidente será o indicado do partido para enfrentar o presidente Joe Biden em novembro.
A reconfiguração, que deve fazer com que Whatley substitua a atual presidente Ronna McDaniel, potencialmente destacará as divisões sobre se o RNC deve ajudar a pagar as contas legais de Trump. As despesas e penalidades legais do ex-presidente já chegaram a centenas de milhões de dólares.
Sua pressão para que a esposa de seu filho adulto mais novo, Eric, seja a segunda no comando simboliza a tomada de controle por Trump de uma instituição cuja missão é assegurar a eleição de republicanos nas diferentes disputas. Desde que a filha do presidente Ronald Reagan, Maureen Reagan, foi copresidente do RNC na década de 1980, nunca um membro da família de um presidente ou candidato ocupou tal posição de poder.
Lara Trump tem provado ser uma comunicadora e captadora de recursos competente e é a pessoa ideal para a função, disse Josh McKoon, presidente do Partido Republicano da Geórgia e membro do RNC.
"Essas mudanças fazem muito sentido", disse McKoon, descartando preocupações com conflitos de interesse com um membro da família de Trump em uma posição de influência. "Ao entrarmos em um ano presidencial, precisamos de todos os recursos financeiros que pudermos para desafiar um presidente em exercício."
Uma das tarefas mais urgentes da nova liderança será financeira. Depois de registrar em 2023 seu ano de arrecadação de fundos mais baixo em uma década, o RNC tinha menos de 9 milhões de dólares no banco no final de janeiro, pouco mais de um terço dos 24 milhões de dólares do Comitê Nacional Democrata, segundo registros federais.
No mês passado, Lara Trump prometeu gastar "cada centavo" dos fundos do RNC para eleger seu sogro, levantando preocupações de que ela negligenciaria candidatos em outras disputas. Posteriormente, ela prometeu gastar também nas eleições para a Câmara dos Deputados e para o Senado.
Lara também causou polêmica no mês passado ao dizer que acreditava que os republicanos tinham um "grande interesse" em pagar as contas legais do ex-presidente e ao não descartar a possibilidade de usar os fundos do RNC.
Espera-se que os custos legais de Trump aumentem neste ano, à medida que ele enfrenta 91 acusações criminais em quatro processos e mais de 500 milhões de dólares em indenizações ligadas a três julgamentos de processos civis em Nova York.