Por James Oliphant e Gram Slattery
DES MOINES/SIOUX CITY, IOWA (Reuters) - A campanha de Donald Trump realizou na noite de quarta-feira um dos maiores eventos das primárias presidenciais de Iowa em janeiro -- e o favorito à nomeação republicana nem estava lá.
Centenas de apoiadores do ex-presidente se aglomeraram em um centro de convenções de Sioux City, encarando temperaturas extremas e neve para ouvir a governadora da Dakota do Sul, Kristi Noem, falar por Trump.
Muitos presentes estavam vestidos da cabeça aos pés com roupas de Trump, e os vendedores no lado de fora do evento vendiam produtos, de camisas do ex-presidente a adesivos e chaveiros.
Trump, que segundo as pesquisas está muito à frente de seus adversários na disputa para enfrentar o presidente democrata Joe Biden em novembro, deve realizar oito eventos presenciais antes das primárias de 15 de janeiro, um número baixo em comparação com outros candidatos. O governador da Flórida, Ron De Santis, realizou quatro eventos apenas na última quarta-feira.
Em vez disso, Trump está recorrendo a seus aliados.
Além de Noem, a parlamentar de extrema-direita Majorie Taylor Greene e Eric Trump, um dos filhos do ex-presidente, realizarão eventos na região leste do Estado na quinta-feira. Ben Carson, ex-secretário de Habitação de Trump, fará um evento na próxima semana.
A campanha de Trump utiliza esses eventos para recolher informações pessoais que permitem ligações e mensagens de texto para lembrar os apoiadores de comparecerem em 15 de janeiro.
Trump optou por comparecer ao tribunal em vários dos procedimentos legais relacionados aos seus negócios e a suas tentativas de reverter a derrota eleitoral para Biden. Ele deve estar na audiência de um tribunal federal de apelação na próxima semana, que tratará do escopo da sua imunidade presidencial quando estava ocupando o cargo.
Se seus eleitores se importam com a ausência em alguns dos eventos de campanha em Iowa, eles não estão deixando transparecer. O evento de Noem foi muito maior do que os dois eventos de DeSantis no oeste de Iowa na quarta-feira, um dos quais foi do outro lado da rua.
"ESTADO CORRIGIRÁ OUTRO"
A candidata republicana Nikki Haley atraiu críticas dos adversários nesta quinta-feira, após dizer que os eleitores que decidirão o candidato do partido em New Hampshire, onde as pesquisas a colocam em segundo lugar, atrás de Trump, “corrigirão” a votação de Iowa, onde ela terá um desafio muito mais difícil.
Após meses de campanha, os habitantes de Iowa serão os primeiros a escolher seu candidato favorito, com as primárias de New Hampshire na sequência, em 23 de janeiro.
DeSantis, que apostou muito em um forte resultado em Iowa, aproveitou os comentários de Haley.
“Eu acho que é incrivelmente desrespeitoso com os moradores de Iowa dizer que de alguma maneira os votos deles precisarão ser, entre aspas, corrigidos. Eu acho que ela está tentando dar uma desculpa por um resultado ruim”, disse, em entrevista à rádio KFAB.
(Reportagem de Gram Slattery e Costas Pitas)