TÚNIS (Reuters) - Três soldados da Tunísia foram mortos e outros 12 ficaram feridos nesta quarta-feira em um ataque de supostos militantes islâmicos contra um ônibus que levava tropas em Kef, perto da fronteira com a Argélia, informou o Ministério da Defesa.
O atentado ocorreu no momento em que a Tunísia prepara sua primeira eleição presidencial para o dia 23 de novembro, e só dez dias depois das eleições parlamentares vencidas pelo partido secular Nida Tounes.
A Tunísia vem lutando para conter os islâmicos radicais e jihadistas que se opõem à transição democrática na esteira da revolta contra o ex-presidente Zine El Abidine Ben Ali. Os militares apertaram o cerco aos radicais na véspera da votação.
"Terroristas atacaram um ônibus que levava efetivos militares... três soldados morreram e outros 12 ficaram feridos no ataque na cidade de Kef", declarou o porta-voz do ministério, Belhassan Ouselati.
No mês passado, as forças de segurança tunisianas mataram seis pessoas, cinco delas mulheres, depois de um impasse com um grupo militante islâmico nos arredores da capital Túnis.
Entre as facções militantes que operam na Tunísia está o Ansar al Sharia, que os Estados Unidos consideram uma organização terrorista e culpa por ter orquestrado a invasão da embaixada norte-americana em Túnis em 2012.
Há tempos a Tunísia é um berço de jihadistas envolvidos em conflitos no exterior, desde as guerras afegãs contra a ex-União Soviética à guerra do Iraque após a invasão dos EUA em 2003.
Em outubro, o primeiro-ministro Mehdi Jomaa afirmou à Reuters que seu país prendeu cerca de 1.500 supostos jihadistas neste ano, entre eles centenas que lutaram na guerra civil da Síria e que podem representar uma ameaça em casa desde que voltaram.
(Por Tarek Amara)