ANCARA (Reuters) - Um dos responsáveis pelos atentados suicidas a bomba em Bruxelas foi deportado no ano passado da Turquia, e a Bélgica na sequência ignorou um alerta de que o homem era um militante, disse o presidente turco, Tayyip Erdogan, nesta quarta-feira.
O gabinete de Erdogan identificou o homem como Ibrahim El Bakraoui, um dos dois irmãos que a Bélgica apresentou como responsáveis pelos ataques que mataram pelo menos 31 pessoas em Bruxelas na terça-feira, ações pelas quais o grupo Estado Islâmico assumiu a responsabilidade.
Autoridades belgas não responderam aos pedidos para comentar a notícia.
Em casos anteriores, autoridades disseram que sem evidência de crime, como por exemplo ter lutado na Síria, eles não podiam prender pessoas deportadas da Turquia. Entre esses casos, estava Brahim Abdeslam, um dos homens-bomba em Paris em novembro, que também foi enviado de volta para a Bélgica da Turquia no ano passado.
Erdogan disse em entrevista à imprensa que Bakraoui foi detido na província de Gaziantep, no sul da Turquia, perto da fronteira síria, e foi depois deportado para a Holanda. A Turquia também notificou as autoridades holandesas, afirmou Erdogan.
"Um dos agressores em Bruxelas é um indivíduo que nós detivemos em Gaziantep em junho de 2015 e deportamos. Nós relatamos a deportação para a embaixada belga em Ancara em 14 de julho de 2015, mas ele mais tarde foi solto”, declarou Erdogan.
"A Bélgica ignorou o nosso alerta de que essa pessoa era um combatente estrangeiro.”
O gabinete de Erdogan confirmou que Bakraoui foi deportado para a Holanda. Segundo o gabinete, ele foi mais tarde solto por autoridades belgas, uma vez que “nenhuma ligação com terrorismo” foi encontrada. Não estava claro quando Bakraoui foi entregue para as autoridades belgas.