ANCARA (Reuters) - Autoridades turcas ordenaram a prisão formal preventiva neste sábado de nove executivos e jornalistas de um dos principais jornais e oposição que haviam sido detidos na segunda-feira, segundo o canal NTV.
A detenção do editor-chefe e dos funcionários seniores do Cumhuriyet, por conta do alegado apoio do jornal secular ao golpe que falhou em julho, foi descrita por um político europeu de alto escalão como a ultrapassagem da linha vermelha contra a liberdade de expressão. Suas casas também foram vasculhadas.
Promotores de Istambul afirmaram que os funcionários do jornal, um dos poucos canais de mídia ainda crítico ao presidente Tayyip Erdogan, são suspeitos de terem cometido crimes em nome de militantes curdos e da rede do clérigo Fethullah Gulen, baseado nos Estados Unidos. A Turquia acusa Gulen de orquestrar uma tentativa de golpe, ainda que ele negue qualquer envolvimento.
O editor anterior do Cumhuriyet, Can Dundar, foi preso no ano passado por publicar segredos de Estado envolvendo o apoio da Turquia a rebeldes sírios. O caso deflagrou a censura de grupos de direito e governos ocidentais preocupados com a piora dos direitos humanos na Turquia sob o governo de Erdogan.