KIEV (Reuters) - Pela primeira vez em 70 anos, a Ucrânia uniu-se, nesta sexta-feira, à grande parte da Europa para marcar o fim da Segunda Guerra Mundial um dia antes da Rússia, a qual Kiev acusou de explorar a data para fazer uma demonstração de poderio militar.
O presidente ucraniano, Petro Poroshenko, queria fazer de 8 de maio um dia de reconciliação para tentar não apenas unir ucranianos com diferentes outras visões da guerra, mas também para separá-los da Rússia, acusada por Kiev de apoiar a rebelião no leste do país contra o governo, que já dura um ano.
A questão é frágil na Ucrânia, onde uma minoria de homens participaram de uma milícia que fora preparada a se aliar a invasores nazistas para combater o domínio soviético, deixando o nacionalista ucraniano sempre vulnerável a acusações de simpatias fascistas.
Poroshenko dispensou o título de "Grande Guerra Patriótica" utilizado na Rússia, em favor do simples "Segunda Guerra Mundial", o nome utilizado na maior parte da Europa, como parte de um reforço da identidade nacional ucraniana promovido por um governo pró-Ocidente que foi instalado após a queda do ex-líder nacional Viktor Yanukovich, apoiado por Moscou, no ano passado.
"Praticamente pela primeira vez… estamos ao menos olhando para nossa própria história ucraniana, olhando com nossos próprios olhos e não pela ótica de Moscou", disse Poroshenko em uma cerimônia para veteranos de guerra.
Antes, ele havia dito que no sábado "sob o pretexto da Grande Vitória… (a Rússia) vai exibir seu poderio letal para o mundo. Algumas das unidades que estiveram em Donetsk há apenas alguns dias em breve vão aparecer na parada militar em Moscou."
A Rússia nega as acusações ucranianas.
(Por Natalia Zinets)