Por Anastasia Moloney
BOGOTÁ (Thomson Reuters Foundation) - As dificuldades do povo indígena chileno mapuche e a luta pelos direitos à terra vão estar no centro das atenções na visita do papa Francisco ao país na segunda-feira, em meio à crescente tensão entre os mapuches e fazendeiros e madeireiros.
O papa argentino visitará a cidade de Temuco, capital da pobre província de Araucania, no sul do Chile, onde ele deve se encontrar com representantes dos índios mapuche.
A região de vales e florestas é local de uma longa disputa e esporádicos episódios de violência envolvendo as forças de segurança e os mapuches, parte da luta pela terra que os indígenas dizem ser o seu lar ancestral.
Os mapuches dizem que, quando os militares chilenos invadiram o território no século 19, as terras foram tomadas, e muitas dadas para colonizadores e empresa madeireiras.
“O papa vai visitar uma área muito simbólica, na qual terras dos mapuches foram tomadas por campanha militar”, afirmou Hernando Silva, do Citizen Watch, uma organização que trata dos direitos indígenas.
Por décadas os mapuches, o maior grupo indígena no Chile, lutam para recuperar suas terras. Às vezes, por meios violentos.
O conflito se intensificou nos últimos anos, e mapuches têm entrado em conflito com a polícia, bloqueado estradas, queimado casas, caminhões e plantações.