Por Sharon Bernstein
SACRAMENTO, Estados Unidos (Reuters) - Votações que colocaram em pauta a legalização da maconha recreativa para adultos caminhavam para a aprovação nos Estados norte-americanos de Califórnia e Massachusetts na terça-feira, e os eleitores da Flórida e de dois Estados menores pareciam ter aprovado iniciativas para permitir o uso medicinal da cannabis.
Califórnia e Massachusetts se tornariam o quinto e o sexto Estados do país que permitem que pessoas de 21 anos e acima usem maconha pelo simples prazer de seus efeitos inebriantes, ampliando a legalização para toda a costa do Oceano Pacífico e cravando sua primeira estaca na Nova Inglaterra.
O Marijuana Policy Project, principal organização dos Estados Unidos a apoiar a liberalização das leis relativas à erva, declarou vitória para as medidas de legalização de maconha recreativa na Califórnia e em Massachusetts.
O grupo baseou sua afirmação nas projeções de vários grandes veículos de imprensa, como a agência de notícias Associated Press, os jornais Los Angeles Times e Boston Globe e as redes de televisão NBC e CBS, segundo seu porta-voz, Mason Tvert.
A organização disse que as medidas favoráveis à maconha recreativa obtiveram aprovação em Flórida, Dakota do Norte e Arkansas.
O desfecho das iniciativas de maconha recreativa é menos certo no Maine, Arizona e Nevada, e os de aprovação da maconha medicinal em Montana.
A maconha recreativa já foi legalizada pelos eleitores de quatro outros Estados do oeste do país – Colorado, Washington, Oregon e Alasca –e no Distrito de Columbia.
Antes de terça-feira, 25 unidades federativas dos EUA já haviam legalizado a cannabis de alguma forma, seja medicinal, recreativa ou ambas, mas a maconha continua sendo classificada pela lei federal do país como um narcótico ilegal.
Só a aprovação da Califórnia, Estado mais populoso dos EUA graças a seus 39 milhões de habitantes, colocaria quase um quinto dos norte-americanos vivendo em jurisdições onde a maconha recreativa é legal, de acordo com cifras do Censo dos EUA.
A Califórnia foi o primeiro Estado a legalizar a maconha medicinal em uma votação realizada em 1996.
Opositores das leis de liberalização argumentam que tais medidas implicam grandes riscos de saúde pública e que irão tornar a maconha mais acessível a adolescentes.
Especialistas afirmam que as iniciativas mais recentes contam com mecanismos regulatórios mais sofisticados cuja meta é manter a cannabis longe das crianças e proibir o envolvimento de gangues criminosas e cartéis.
(Reportagem adicional de Steve Gorman em Los Angeles)