SRINAGAR, Índia (Reuters) - A Índia acusa o Paquistão de estar por trás de um ataque separatista a uma base do exército próxima à fronteira disputada pelos dois países neste domingo. O ataque matou 17 soldados, um dos piores na Caxemira em vinte e cinco anos de insurgência na região.
Quatro atiradores armados com rifles AK-47 e granadas invadiram o quartel da brigada em Uri cedo de manhã e foram mortos após três horas de confronto, afirmou uma fonte do comando militar indiano.
O incidente aumentou gravemente as tensões entre os rivais nucleares e deve aumentar as preocupações com uma possível escalada militar. Tropas indianas e paquistanesas estão em proximidade em muitos pontos da fronteira, uma das mais militarizadas do mundo. As trocas de tiros e confrontos na região não são incomuns.
O tenente general Ranbir Singh disse a jornalistas em Nova Déli que o ataque deste domingo levava marcas do grupo militante paquistanês Jaish-e-Mohammed.
Evidências coletadas no local do confronto indicavam que os atiradores eram estrangeiros e seus equipamentos tinham identificações paquistanesas.
"Nossos homens estão prontos para dar uma resposta a altura", disse Singh em resposta a uma pergunta de um jornalista, sem dar mais detalhes.
Mais cedo, o primeiro ministro Narendra Modi condenou o que chamou de um "ataque covarde e terrorista".
"Eu garanto à nação que os responsáveis por esse ataque desprezível não ficarão impunes", disse Modi em uma série de posts no Twitter.
Em uma resposta ainda mais forte, o ministro indiano Rajnath Singh twittou: "O Paquistão é um Estado terrorista e deve ser identificado e isolado como tal."
O Paquistão rejeitou alegações de que ele estava envolvido.
"A Índia coloca imediatamente culpa no Paquistão sem fazer qualquer investigação. Nós rejeitamos isso", disse o porta-voz do Ministério do Exterior Nafees Zakaria à Reuters.
A Índia e o Paquistão travaram duas de suas três guerras desde a independência da Grã-Bretanha em 1947 sobre a Caxemira, que é dividido entre eles. Ambos reivindicam o antigo principado na íntegra.
(Por Fayaz Bukhari; Reportagem adicional de Rupam Jain em Nova Déli, Suvashree Choudhury em Mumbai, e Mehreen Zahra-Malik em Islamabad)