Publicado originalmente em inglês em 18/11/2020
As ações de tecnologia perderam popularidade nos últimos pregões, com os investidores comprando nomes de valor, que geralmente são empresas mais sensíveis a ciclos econômicos, após anúncios positivos de vacina contra a covid-19 da Pfizer (NYSE:PFE) (SA:PFIZ34) e Moderna (NASDAQ:MRNA).
Embora as ações tenham caído de forma geral no pregão de terça-feira, devido ao aumento de preocupações econômicas com os decepcionantes gastos no varejo e o aumento de casos do coronavírus nos EUA, ainda esperamos ver a rotação de setores, com a saída das ações de tecnologia em favor de nomes de valor.
Mesmo com uma rotação do setor de tecnologia que está voando alto, vale a pena levar em consideração algumas ações desse segmento, em vista dos seus bons resultados trimestrais e forte potencial de crescimento no longo prazo. Confira 3 empresas que devem estar no seu radar:
1. Pinterest
A Pinterest (NYSE:PINS) está com tudo neste ano. As ações da empresa de redes sociais sediada em São Francisco, Califórnia, já dispararam cerca de 240% em 2020, à medida que usuários e anunciantes afluíam para sua plataforma durante a pandemia de covid-19.
A ação fechou a US$ 63,35 na terça-feira, disparando em direção à máxima histórica de US$ 68,90 tocada no dia 29 de outubro, o que confere à plataforma de mídia social uma capitalização de mercado em torno de US$ 31,5 bilhões.
A Pinterest registrou excelentes resultados e ótima receita durante o terceiro trimestre em 28 de outubro, beneficiando-se da expansão das alocações orçamentárias de anunciantes que procuraram evitar o conteúdo tóxico e controverso visto em outras plataformas de rede social, como Facebook (NASDAQ:FB) (SA:FBOK34) e Twitter (NYSE:TWTR) (SA:TWTR34).
Ben Silbermann, CEO da empresa, afirmou na teleconferência de resultados que os anunciantes “querem estar em um ambiente de positividade para construir suas marcas, e isso também está contribuindo para o nosso crescimento”.
A empresa de tecnologia registrou um lucro por ação de US$ 0,13, ante o LPA de US$ 0,01 do mesmo período do ano passado. A receita saltou 58% ano a ano, para US$ 442,62 milhões, muito maior do que a estimativa de US$ 383,47 milhões.
A Pinterest informou que o número de seus usuários mensais ativos no mundo saltou 37% ano a ano para 442 milhões no último trimestre, com fortes ganhos tanto nos EUA (+13%) quanto no mundo (+46%). A receita média por usuário também cresceu 31% domesticamente, para US$ 3,85, e 66% internacionalmente, para US$ 0,21.
No informe de resultados da companhia, o diretor-geral financeiro Todd Morgenfeld afirmou:
“Estamos muito felizes com a força dos nossos negócios, graças à recuperação da demanda de anunciantes, além de retornos positivos dos nossos investimentos para produtos publicitários e expansão internacional”.
Para o futuro, a Pinterest espera que, no quarto trimestre, que inclui as festas de fim de ano, não haverá qualquer desaceleração, pelo contrário: a receita deve saltar 60% no próximo trimestre.
2. Snap
A Snap (NYSE:SNAP) (SA:S1NA34) se destacou durante todo o ano de 2020, à medida que os investidores se mostravam cada vez mais otimistas com a empresa controladora do aplicativo de mensagens e rede social Snapchat, em meio à pandemia de coronavírus.
As ações da empresa sediada em Santa Mônica, Califórnia, já subiram 140% no acumulado do ano, superando facilmente os ganhos de cerca de 12% do S&P 500 no mesmo período. A ação fechou a US$ 39,27 ontem, aproximando-se da máxima recorde atingida em 6 de novembro, a US$ 45,60. Nos níveis atuais, a empresa tem uma capitalização de mercado de US$ 57,7 bilhões.
A companhia de redes sociais, que já foi considerada fracassada no passado, conseguiu superar em muito as estimativas consensuais quando divulgou seus resultados do terceiro trimestre no dia 20 de outubro, graças à aceleração dos gastos com publicidade em sua plataforma.
A Snap afirmou que seus resultados no 3º tri foram impulsionados por anunciantes que buscavam “plataformas que compartilhassem dos mesmos valores corporativos”, uma referência implícita à forma como o Facebook vem lidando com o conteúdo de ódio e a desinformação, responsáveis por fazer diversos anunciantes boicotarem a empresa em meados do ano.
O aplicativo de mensagens multimídia surpreendeu ao divulgar um lucro por ação ajustado de US$ 0,01, em comparação com as expectativas de prejuízo de US$ 0,05 por ação. A receita, enquanto isso, saltou 52% em relação ao mesmo período do ano passado, para US$ 678,67 milhões, superando facilmente as previsões de vendas de US$ 557,02 milhões.
A empresa registrou uma alta no número de usuários diários ativos de quase 19% em relação ao ano passado, alcançando o recorde 249 milhões. A empresa havia projetado que os usuários ficariam na faixa de 242 milhões a 244 milhões.
A receita média geral da Snap por usuário cresceu 28% ano a ano, para o recorde de US$ 2,73 no 3º tri, indicando que a empresa de redes sociais melhorou sua capacidade de monetizar ainda mais sua base de usuários.
Em um sinal promissor, a Snap declarou que espera que sua receita anual aumente de 47% para 50% no quarto trimestre, com uma previsão de crescimento de 257 milhões no número de usuários diários ativos.
“Apesar da incerteza com o ambiente operacional macro, foi com muita satisfação que vimos a força subjacente que construímos com nossos parceiros anunciantes, e continuamos extremamente otimistas com a perspectiva de longo prazo para os nossos negócios”, afirmou o diretor-geral financeiro da empresa, Derek Andersen, no balanço.
3. Roku
A Roku (NASDAQ:ROKU) disparou neste ano, graças ao rápido crescimento da sua base de usuários, o que se traduziu em uma receita maior com publicidade dessa fornecedora de plataforma de mídia de streaming.
As ações da Roku subiram 77% neste ano. Seus papéis fecharam a US$ 237,13 ontem à noite, não tão distantes da máxima histórica de US$ 255,66 atingida em 6 de novembro, o que lhe confere uma capitalização de mercado de US$ 29,4 bilhões.
A Roku surpreendeu ao registrar ucro em seus resultados do terceiro trimestre no dia 5 de novembro, além de uma receita acima do esperado, graças ao forte crescimento em seus serviços de vídeo sob demanda com suporte para anúncios.
A empresa afirmou em seu balanço:
“No 3º tri, a Roku obteve excelentes resultados financeiros e operacionais, graças à robusta demanda por produtos de streaming de TV, além de forte crescimento em anúncios e a expansão de parcerias de distribuição de conteúdo.”
A plataforma de streaming de vídeo afirmou que lucrou US$ 0,09 por ação, em comparação com as estimativas de prejuízo de US$ 0,42 por ação. A receita cresceu para US$ 451,66 milhões, uma impressionante alta de 73% em relação ao mesmo trimestre do ano passado.
As contas ativas da Roku até o terceiro trimestre saltaram 43% em relação ao mesmo período do ano passado, alcançando 46 milhões. Essas contas gastaram 14,8 bilhões de horas de streaming através do hub da Roku, ante 14,6 bilhões de horas no trimestre passado.
Ressaltando ainda mais o otimismo em torno da companhia, a receita média por usuário atingiu um ganho porcentual de dois dígitos no 3º tri, subindo 20% ano a ano, para US$ 27.
A Roku afirmou que espera que sua receita cresça cerca de 40% no 4º tri, embora não tenha feito uma projeção formal, por causa das dúvidas em torno do impacto econômico da covid-19.