A percepção do mercado ontem foi de uma melhora do apetite ao risco no exterior, que ajudou a derrubar o dólar. Na minha visão, o alívio na taxa de câmbio deve ter vida curta. Ontem o dólar à vista fechou a R$ 5,5348, em baixa de 1,49%. Alguns motivos para a apreciação do real foram os que listo aqui:
1-) Redução dos temores relacionados aos impactos da variante ômicron sobre a economia global.
2-) Dados positivos da balança comercial da China que diminuíram os receios de desaceleração da atividade mundial e deram fôlego às commodities.
3-) A percepção de menor risco fiscal com a promulgação, mesmo que parcial, da PEC dos Precatórios, abrindo espaço fiscal de 60 bilhões de reais para o pagamento do Auxílio Brasil. Ok
4-) O já esperado e concretizado no after market, anúncio de alta da taxa Selic em 1,50 ponto porcentual, para 9,25%, pelo Comitê de Política Monetária (Copom).
Mas, para a próxima semana o mercado pode voltar a se estressar por conta de dois eventos: a votação, no plenário da Câmara dos Deputados, da parte da PEC alterada pelo Senado e a decisão de política monetária do Federal Reserve, com provável anúncio de aceleração da redução de estímulos. Além disso, há uma forte demanda represada de importadores por divisas, já que empresas estrangeiras estão exigindo pagamento antecipado para assinar contratos.
O Senado aprovou ontem o PL de câmbio, projeto de lei que promove uma série de modificações no mercado de câmbio brasileiro. A proposta também abre caminho para que pessoas físicas tenham contas bancárias em moedas estrangeiras, como o dólar ou o euro.
Calendário de hoje trará os pedidos iniciais por seguro desemprego nos EUA. E vamos acompanhar o dia seguinte da decisão do Copom…