Acorde e sinta o aroma do café... Ele pode fazer você ganhar dinheiro.
Os futuros do café nos EUA estão prestes a fazer um rompimento técnico das máximas de seis semanas, atingidas pela última vez no início deste mês, o que pode impulsioná-los até os picos de três meses. Embora o pregão de terça-feira tenha sido de baixa, o mercado acaba de sair de uma sequência de cinco semanas de ganhos.
O café nem sempre se comporta assim. Na verdade, não tem se comportado dessa forma já faz algum tempo.
A última vez em que houve um bom rali nos futuros do café arábica negociados em Nova York foi em 2016, quando houve uma valorização de 11%. No ano seguinte, o mercado despencou 8%. No ano passado, a perda foi de 2%.
Pode haver formação de fundo no arábica
Agora, pela primeira vez desde outubro, o arábica parece estar em direção a um mês positivo. Embora o avanço de janeiro tenha sido modesto até o momento, de apenas 1%, ele indica que um fundo pode ter se formado no arábica, após perdas combinadas de quase 10% em novembro e dezembro.
Mike Seery, da Seery Futures, em Plainfield, Illinois, recomenda que os investidores observem os sinais de aproximação do arábica à máxima de 9 janeiro a US$ 1,0685 por lb, o que pode impulsioná-lo em direção ao pico de 9 de novembro, de US$ 1,1640. O Investing.com tem uma recomendação de “Compra” em sua perspectiva técnica para o arábica. Segundo Seery:
“Em minha opinião, os preços do café estão em uma conjuntura crítica, e se conseguirmos romper o patamar de US$ 1,0685, acredito que os preços podem subir até a região de US$ 1,15. Isso me convenceria de que houve a formação de um fundo de longo prazo."
O analista observou que os futuros do arábica estavam sendo negociados um pouco acima da sua média móvel de 20 dias, a US$ 1,03, e levemente abaixo da sua média móvel de 100 dias, a US$ 1,06, que também atuava como principal resistência devido ao agravamento das condições climáticas no Brasil, grande produtor do grão, o que preocupava os investidores.
Menor safra brasileira em 2019
Seery disse ainda:
“O cenário fundamental mudou um pouco, na medida em que as estimativas de uma safra menor no Brasil em 2019, em conjunto com os estoques reduzidos, ajudaram a sustentar os preços nas últimas semanas. Ainda acredito que se ocorrer um problema com o clima, a volatilidade aumentará muito para o lado da alta.”
Shawn Hackett, que dirige a consultoria de mercados agrícolas Hackett Financial Advisors, em Boca Raton, Flórida, concorda:
“Nosso trabalho sugere que o tempo seco voltará ao Brasil na primeira metade de fevereiro, aumentando ainda mais o estresse em uma época extremamente crítica no desenvolvimento do grão de café.”
Apoio do clima, fluxos de capitais
Hackett afirmou que os fluxos de capitais têm sido muito fortes e indicam uma provável formação de fundo em janeiro e um rali em fevereiro. O analista complementou:
“Com base na forma como os mercados normalmente precedem as mudanças climáticas (...) é possível supor que a mínima será definida até o fim do mês”.
Hackett disse ainda que muitos preveem que a safra brasileira ficará entre 56 milhões e 58 milhões de sacas, mas esses números podem não ser factíveis, uma vez que o clima seco – que já ocorreu e pode voltar em fevereiro – cortará as expectativas de produção.
“Chance zero” de uma alta na safra de robusta
Ele também disse haver “chance zero” de que o Brasil possa produzir 20 milhões de sacas de café robusta, alternativa ao arábica, o qual também é amplamente cultivado no Vietnã e negociado no mercado futuro de Londres. A safra do robusta vietnamita foi rebaixada pela maioria dos analistas neste ano em razão dos decepcionantes resultados das colheitas.
Hackett afirmou as áreas do robusta afetadas pela seca no importante estado brasileiro do Espírito Santo não podem ser irrigadas para produzir café com a mesma eficiência da chuva natural nas plantações.
Para concluir, o analista afirmou:
“Basta dizer que provavelmente estamos negociando a maior oferta brasileira e mundial neste momento, a qual será negociada durante o primeiro semestre de 2019.
“Dessa forma, é possível que o café precise ter uma precificação maior para sustentar esse fato.”