UNIP6 (SA:UNIP6)
A espetacular Unipar (SA:UNIP6) divulgou resultados muito bons e, pasmem (!), anunciou dividendos para 2018 ainda maiores que os de 2017.
Após um 3T18 segurando caixa, Unipar volta a distribuí-lo para o deleite de seus felizes acionistas.
No 4T18, receita líquida +22 por cento, Ebitda -19 por cento e lucros +53 por cento.
O resultado é forte, principalmente se notamos que o preço da Soda caiu de 500 dólares para 400 no tri – hoje está em 360 dólares.
Mas a companhia subiu preços e foi beneficiada por dólar mais forte no período.
O Ebitda do 4T17 foi favorecido pela equivalência patrimonial da venda da Tecsis. Retirando os 25m de reais do Ebitda do 4T17, a queda seria de -8 por cento – a queda é explicada por uma depreciação 50m menor, que investigaremos.
Sem dívidas, com maiores lucros, UNIP distribui maiores dividendos. A companhia pagou 211m de reais em 2018 e pretende pagar 25m a mais em 2019 (S2).
Mesmo subindo +97 por cento em 12 meses e +17 por cento em 2019, a 4x Ebitda e 8x lucros, UNIP é uma das melhores ações para 2019.
BRKM5
Está definido: o ciclo de alta dos spreads petroquímicos (preço de venda menos custo) chegou ao fim, declarou o presidente da Braskem (SA:BRKM5) em teleconferência (está no Valor Econômico).
Nada dura para sempre: nem as dores, nem as alegrias.
E a companhia já anuncia que os resultados de 2019 serão “similares” aos de 2018 – a minha aposta é um pouco “piores”.
E o resultado de Braskem, na manhã de ontem, refletiu bem o ciclo – receita líquida estável, Ebitda -29 por cento e prejuízo de -179 milhões de reais (lucro de 313m no 4T17).
É... a Braskem já não é mais aquela.
A geração de caixa operacional foi -24 por cento menor que no 4T17. A compra da Cetrel do 4T17 (uso de caixa) e uma reclassificação de aplicações financeiras fez enorme diferença na geração de caixa livre.
Sim, as ações continuam baratas a 6x Ebitda e 15x lucros. Mas estamos no topo do ciclo dos spreads petroquímicos. Será que com Ebitda retraindo e múltiplos subindo os preços das ações se seguram lá em cima?
Sim, pois o que interessa em BRKM é: “Quanto a LyondellBasell pagará pela campeã nacional petroquímica?”
Este é um risco que se corre. Saímos de BRKM em agosto de 2018 embolsando +84 por cento. Mas continuamos de olho.
ESTC3
Estácio (SA:ESTC3) divulgou resultados muito bons, considerando como o setor de educação se encontra no momento.
Eu fico por aqui bradando aos sete ventos como o FIES acabou e as educacionais sofrerão mas, parece que Estácio (ESTC3) está vencendo o vento contra.
Receita líquida +3 por cento, Ebitda +6 por cento e lucros ajustados estáveis.
Interessante que o Ebitda e lucro líquido ajustado de Estácio são muitas vezes superiores ao não-ajustados. A companhia tira dos números uma infinidade de não-recorrentes de tamanhos bastante relevantes.
Estranho. Vamos procurar mais detalhes e voltamos a comentar num futuro próximo.
Mas Estácio cresce (+19 por cento) no ensino a distância (EAD) – que era dominado por Kroton (SA:KROT3) -, e perde alunos no presencial (-9 por cento). Com isso, a base de alunos fica igual (+0,5 por cento).
Ótimo. Precisamos apenas entender se as margens são parecidas - imagino que, no EAD, sejam melhores - e se a competição é a mesma.
Não me parece ser. Kroton dominava o EAD e, com a abertura deste mercado, todos as educacionais correm para abocanhar seu pedaço.
A 7,5x Ebitda e 13x lucros, parece que o ímpeto de crescimento de ESTC não é mais aquele. Continuamos olhando de longe.
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