No último dia 15 de setembro encerrou-se o vazio sanitário no Brasil. E o dia 16 foi considerado como o início da safra 2016/17. Os maiores desafios para esta safra serão o fator clima, o custo de produção mais elevado, o aumento de área plantada reduzido e a forte concorrência dos Estados Unidos.
Na sexta-feira (16), foi aberta a temporada brasileira de soja, mas a maioria dos agricultores ainda estão com as máquinas paradas. A estiagem dos últimos dias deixou o solo muito seco, o que não é bom para as sementes de alta produtividade. Os produtores do centro-oeste aguardam pelas chuvas para iniciarem seus trabalhos no campo. Espera-se que chova nos próximos dias e assim, os trabalhos poderão ser iniciados com força total.
Recentemente a redução da probabilidade de ocorrência do fenômeno La Niña, anunciada Centro de Previsão Climática dos Estados Unidos foi o destaque no noticiário. Outras agências nacionais, no entanto, seguem em alerta quanto à anomalia. A notícia que poderemos ter uma safra com um La Niña de fraca intensidade ou até mesmo um ano neutro, deu mais ânimo aos produtores. Pois as chuvas deverão ser mais regulares, o que é bom para o desenvolvimento da safra.
Este ano espera-se que a área de soja aumente em um pouco mais de 2%. Assim, o produtor deverá focar em ganhos de produtividade e em saber escolher o melhor momento de comercializar sua safra. Porque os custos de produção para esta temporada estão cerca de 26% mais elevados que a temporada passada. Com a maior estabilidade política no país, o câmbio deve apresentar menor volatilidade nos próximos meses, em oposição ao vivenciado na última safra. Assim, oferecendo melhores condições de planejamento financeiro para produtores, indústria e exportadores. O dólar, segundo as projeções de mercado deve ficar na faixa dos R$ 3,30 e a supersafra americana pressionará as cotações para baixo. O Departamento de Agricultura Americano (USDA, na sigla em inglês) projetou em seu último relatório de estimativas agrícolas que a produção brasileira atingirá 101 milhões de toneladas nesta safra. Localmente, o Instituto Mato-grossense de Economia Agropecuária estima que a área destinada à soja no estado pouco irá variar. A produtividade, porém, deve aumentar em 7% em relação ao ano anterior.
Se o agricultor brasileiro quiser ter bons ganhos este ano ele deverá investir nesta produtividade, estar de olhos nos boletins climáticos e deverá fazer cálculos semanalmente, para poder garantir uma melhor lucratividade para sua lavoura já que não haverá margens para erros.
No mercado interno a semana foi marcada por poucos negócios realizados, tanto na safra velha como na futura. Nas principais praças brasileiras as cotações variaram de forma mista. O destaque positivo ficou para o Oeste da Bahia, onde as cotações valorizaram mais de 2%. Nos portos os preços tiveram uma queda, com exceção a Paranaguá para safra nova, onde teve uma valorização de 1,2%.
Para esta semana o clima será muito importante para os produtores brasileiros, pois se a estiagem persistir, pode-se ter perdas de produtividade devido ao atraso do plantio. As atenções continuam nos Estados Unidos, onde se iniciará o processo de colheita e alterações nos mercados internacionais deverão ocorrer.