Os preços do petróleo começaram a semana em meio a incertezas sobretudo devido às expectativas sobre o acordo entre os membros da Organização dos Países Exportadores de Petróleo (Opep). O acordo visa reduzir a produção para estabilizar os preços da commodity.
Os preços do petróleo caíram em 2014 e seguem há mais de 1 ano abaixo de US$ 50. Grande responsabilidade deste panorama está ligada ao aumento de oferta da commodity, impulsionado pelas produções de hidrocarbonetos de xisto nos EUA e pela estratégia da Opep de manter a produção para evitar perda de mercado.
No fim da semana passada, a própria organização anunciou que a produção de outubro aumentou em 240 mil barris diários, fato que trouxe mais preocupações sobre o excesso de oferta.
Nesta manhã de quarta-feira, 16 de novembro, os contratos futuros de petróleo chegaram a realizar lucros, após terem avançado mais de 5% no dia anterior. A alta também está ligada à possibilidade de acordo da Opep, que pode ser ratificado na próxima reunião de cúpula no fim do mês.
Um esboço do acordo entre os países produtores foi fechado no mês de setembro. Todavia, segundo representantes da instituição as negociações para definir os detalhes do acordo não são tão simples. Se confirmado, o corte na produção será o primeiro desta natureza desde o ano de 2008.
O clima de receio no mercado também foi impulsionado pela divulgação do último levantamento do American Petroleum Institute (API). A pesquisa apresentou na semana passada estimativa de aumento de 3,7 milhões de barris nos estoques de petróleo bruto norte-americanos.
O estoques de destilados, como diesel e óleo combustível para calefação, subiram 3,0 milhões. Mas os estoques de gasolina, por sua vez, diminuíram 200 mil barris. Ainda hoje, o levantamento oficial deve ser divulgado pelo Departamento de Energia (DoE) dos EUA.
No Brasil, as atenções se voltaram para o recente pronunciamento do presidente da Petrobras (SA:PETR4). Segundo Pedro Parente, a meta de desinvestimento de 15,1 bilhões de dólares deve ser mantida, também haverá queda nos investimentos em exploração e produção de petróleo globais no próximo ano.
Em evento em Nova York, o presidente da estatal brasileira afirmou que a venda de ativos se tornou uma tendência na indústria de petróleo, e que a meta do setor para desinvestimentos no ano chega a 35 bilhões de dólares.
Sobre os problemas financeiros da Petrobras, Parente disse que o alto nível de alavancagem permanece como um dos maiores problemas. A empresa já está reunindo esforços para vender ativos e firmar parcerias, com o objetivo de diminuir suas dívidas que chegam a quase 130 bilhões de dólares. O valor é o maior registrado entre os participantes do setor petroleiro em todo o mundo.
De acordo com o presidente da estatal, a Petrobras precisará tomar decisões mais duras em algumas áreas de negócios caso os preços internacionais do petróleo recuem abaixo do patamar de 30 dólares por barril. Para Parente, investimentos em bens de capital e custos provavelmente serão reavaliados se as cotações da commodity caírem de forma brusca.